sexta-feira, 1 de abril de 2011

Associação Europeia quer raqueta verde para premiar marchadores


A Associação Europeia de Atletismo (AEA) vai propor à federação internacional a introdução de uma terceira raqueta, de cor verde, para o sistema de ajuizamento das provas de marcha atlética. De acordo com um estudo desenvolvido pela Comissão Ad-hoc de Regulamentação, criada em 2010 pela AEA para rever a regulamentação do atletismo e propor aperfeiçoamentos, um terceira raqueta de valorização positiva deverá ser adoptada para efeito de ajuizamento de provas de marcha, com vista a premiar os atletas que revelem exemplar correcção na execução da técnica da marcha atlética.

O relatório dessa comissão referia, no capítulo referente à marcha, que por essa via poderia transmitir-se ao público uma ideia mais positiva da marcha atlética, em contraponto a mostrar os juízes sempre a advertir os marchadores ou a desclassificá-los. «Esta solução deverá não apenas motivar os atletas mas também contribuir para o reforço do prestígio da marcha no conjunto das especialidades do atletismo», pode ler-se nas conclusões do documento, a que a equipa de «O Marchador» teve acesso.

No mesmo capítulo era proposto que a raqueta fosse de cor azul, mas a versão final, já transformada em proposta a dirigir à federação internacional, mudou a cor da raqueta. Ao que foi possível apurar, essa decisão terá resultado de uma intervenção de um membro da comissão da AEA, que fez notar que o azul é uma cor que se presta a confusões para as pessoas com daltonismo, pelo que o verde seria preferível, não só pelas menores consequências para os portadores daquela doença mas também pelas conotações com a sinalização luminosa do trânsito, onde o verde significa «avançar» ou «continuar».

O mesmo elemento propôs ainda que a raqueta ostentasse nas duas faces o símbolo do ponto de exclamação (!), mas a ideia não colheu concordância, dado que em muitas culturas (algumas com elevada expressão na marcha atlética) esse sinal não faz qualquer sentido, havendo até línguas que não usam qualquer pontuação gráfica.

A proposta da AEA defende ainda que os atletas a quem seja mostrada a raqueta verde beneficiem de um louvor, a ser concedido em forma de diploma e medalha específica, entregues durante a cerimónia protocolar da prova em que o atleta tenha participado.

A ser aprovada esta proposta, a raqueta verde será consagrada na Regra 230 do Regulamento Técnico da AIFA para utilização obrigatória nas provas organizadas em conformidade com a Regra 1 a), b) e c) e facultativamente nas restantes.

A comissão responsável pelo relatório funcionou durante oito meses, fez seis reuniões e teve a participação de 13 pessoas, entre as quais um marchador de renome e um juiz internacional de marcha, nenhum deles identificado.

Amanhã, o blogue «O Marchador» publicará mais desenvolvimentos deste assunto, juntando reacções e comentários de membros da comunidade marchística nacional e internacional.