A equipa de juízes de marcha nos mundiais de Doha 2019. Foto: facebook de Steve Taylor. Montagem: O Marchador |
Os Campeonatos Mundiais de
Atletismo, que se disputaram este ano na capital do Catar, registaram a
presença nas quatro provas de marcha, realizadas em piso asfaltado, totalmente
plano e com intensa luminosidade mas sob muito difíceis condições climatéricas,
de 166 atletas, 45 nos 20 km femininos, 52 nos 20 km masculinos, 23 nos 50 km
femininos e 46 nos 50 km masculinos.
Os oito juízes de marcha que atuaram
nas competições de Doha (um outro exerceu as funções de Juiz-chefe), quatro da
Europa, dois da América, dois da Ásia e uma da Oceânia, registaram 137 notas de
desclassificação (RC), que passaremos a designar por faltas, sendo que destas
89 corresponderam a faltas por suspensão e 48 a faltas por flexão, no primeiro
caso com incidência maior nas duas provas de 20 km (74) o que corresponde a 83%
do total enquanto, no caso da flexão, a maior parte das faltas assinaladas
verificou-se nas provas de 50 km, com 37 notas de desclassificação a
corresponderam a 77% do total.
Foram desclassificados 12 atletas
(com 4 faltas de outros tantos juízes) nas 4 provas de marcha, o que
corresponde a cerca de 7% do total de participantes, enquanto 7 atletas foram
parar à Zona de Penalização (2 minutos de paragem para 4 atletas, nos 20 km, e
5 minutos de espera para 3 atletas, nos 50 km) sendo que 9 dos desclassificados
ainda visitaram a ZP. Sem qualquer falta houve 75 atletas, o que corresponde a
cerca de 46% do total de participantes.
Um pouco mais pormenorizadamente,
debruçamo-nos sobre cada um dos eventos:
20 km femininos: 38 faltas, 30 por
suspensão e 8 por flexão. Foram desclassificadas 3 atletas. Sem qualquer falta
houve 20 atletas. Sem faltas nem raquetas amarelas (YP) houve 4 atletas –
Glenda Morejón (Equador), Antigoni Drisbioti (Grécia), Antonella Palmisano
(Itália) e Ana Cabecinha (Portugal).
20 km masculinos: 58 faltas, 45 por
suspensão e 13 por flexão. Foram desclassificados 5 atletas. Sem qualquer falta
houve 21 atletas. Sem faltas nem raquetas amarelas houve apenas 2 atletas,
ambos da França – Gabriel Bordier e Kevin Campion.
50 km femininos: 4 faltas, 1 por
suspensão e 3 por flexão. Nenhuma atleta foi desclassificada. Sem qualquer
falta houve 19 atletas. Sem faltas nem raquetas amarelas houve 4 atletas – Rui
Liang (China), Faying Ma (China), Júlia Takács (Espanha) e Angeliki Makri
(Grécia).
50 km masculinos: 37 faltas, 13 por
suspensão e 24 por flexão. Foram desclassificados 4 atletas. Sem qualquer falta
houve 19 atletas. Sem faltas nem raquetas amarelas houve 11 atletas – Dzmitry
Dziubin (Bielorrússia), que desistiu, Evan Dunfee (Canadá), José Ignácio Díaz
(Espanha), que desistiu, Carl Dohmann (Alemanha), Brendan Boyce (Irlanda),
Hayato Katsuki (Japão), Artur Mastianica (Lituânia), João Vieira (Portugal),
Narcis Stefan Mihaila (Roménia), Marc Mundell (África do Sul) e Matej Tóth
(Eslováquia, que desistiu.
Sobre Daniel Michaud, o juiz-chefe,
com peça própria no blogue «O Marchador [aqui], não usou a prorrogativa da
regra 230.4(a), que lhe dava direito, se assim o entendesse, desclassificar
diretamente um atleta nos últimos 100 metros da prova, independentemente do
número de faltas que o mesmo tivesse eventualmente registado.
Aqui registamos os nomes dos juízes
(foto acima, da esquerda para a direita): Chinatamy Suppiah (Malásia),
Assistente do JC, Kirsten Crocker (Austrália), Anne Fröberg (Finlândia), Noel
Carmody (Grã-Bretanha), Secretário, Dolores Rojas (Espanha), Steve Taylor
(Grã-Bretanha), Yukio Seki (Japão), um dos três Delegados Técnicos da IAAF, José
Dias (Portugal), Yang Zhongmin (China), Wang Tak Fung (Hong Kong), Maryanne
Daniel (EUA), Daniel Michaud (juiz-chefe) e Ho Weng Hong (Macau), Assistente do
JC.