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Montagem: O Marchador |
As listas de inscrições finais para os Campeonatos do Mundo de Atletismo, o maior evento do ano na modalidade e que vai ter lugar em Tóquio, de 13 a 21 do corrente mês de setembro, já são conhecidas, tendo sido selecionados perto de 2.200 atletas em representação de perto de 200 seleções nacionais.
Nas quatro provas de marcha, a realizarem-se nas distâncias de 20 e 35 km marcha, estas certamente a terem lugar pela última vez em grandes eventos internacionais, pois serão substituídas pelas provas da meia-maratona de marcha (21.0975 km) e da maratona de marcha (42.195 km), a mais curta a estar representada nos Jogos de Los Angeles, há sete países que preenchem as quotas máximas de atletas.
Com efeito, do continente europeu, a Espanha e a Itália são os países que preenchem a totalidade das vagas, o país vizinho a acrescentar nos 20 km mais uma atleta além das três, dado o «Wild Card» atribuído à atual bicampeã mundial de marcha, María Pérez (Budapeste 2023). Da Ásia temos o país anfitrião – Japão, e a China, da Oceânia a Austrália e do continente americano o México e o Brasil.
A juntar, pois, às grandes potências mundiais da marcha atlética e com tradições de grandes resultados alcançados em Jogos Olímpicos, a Espanha com 6 medalhas, duas nos últimos Jogos, a Itália com nada menos de 19, o Japão com 3, a China com 15, a Austrália com 10 e o México com outras 10, temos o caso paradigmático do Brasil, que nos Jogos de Paris conquistou a inédita medalha de prata através de Caio Bonfim.
Nilton Ferst, Juiz Internacional de Marcha do nível Gold da World Athletics, dá-nos a sua visão do momento histórico que a marcha atlética brasileira atravessa, acreditando que grandes atletas do passado têm a sua responsabilidade pelos resultados atuais, entre os quais, Marcelo Palma, Sérgio Vieira Galdino, Ivana Rubia Henn, Gianetti Sena Bonfim e Cláudio Richardson dos Santos, até aos grandes marchadores brasileiros da atualidade – Caio Bonfim, Érica Sena, Viviane Lyra, Max Batista, Matheus Correa, Gabriela Muniz, Elianay Barbosa e Mayara Vicentainer.
“A capacitação e o aperfeiçoamento constante dos treinadores pelo tema da marcha, a proximidade e o intercâmbio, aquando dos treinos de altitude, com atletas e outros países relevantes na América do Sul, casos do Peru, Equador e Colômbia, a par da maior divulgação da imprensa para o grande público versando o tema da marcha atlética, em função dos recentes êxitos obtidos a nível internacional, tem contribuído para uma procura cada vez maior de atletas para a marcha”, acrescentou Nilton, consciente que o crescimento da especialidade gera também uma maior e constante responsabilização do trabalho que se faz na arbitragem, na busca permanente em equipa e acurácia individual nos julgamentos.