Heather Lee na prova de 3.000 m na Tasmânia. Fotos: Athletics Australia e Chris Kidd Montagem: O Marchador |
A marchadora australiana Heather Lee, que no próximo mês completará 91
anos de idade, continua a ganhar medalhas e a bater recordes do mundo nas
provas que disputa, como foi o caso dos obtidos ontem e hoje (sujeitos a
ratificação) na pista de Penguin durante os Jogos Masters Australianos que decorrem
até ao próximo dia 28 na Tasmânia.
Ao segundo dia (23/10) do programa do atletismo, Lee registou nos 3.000
metros em pista a marca 24.56,97 superando a sua anterior e melhor prestação mundial
de 25.34,18 obtida em Sydney, a 19 de Novembro do ano passado mas que não terá
sido considerada como recorde mundial.
Apenas um dia depois (hoje, 24/10), a atleta do North West Athletics consegue
42.36,49 aos 5.000 metros, batendo largamente a anterior marca de 44.28,33 na
categoria W90, que estava na posse da romena Elena Pagu desde os mundiais de
Perth-2016.
Lee, que fará ainda uma outra prova de marcha nos campeonatos, a de
1500 metros (dia 26), está muito feliz pelos seus desempenhos mas algo desapontada
pelo facto da distância dos 10 km não integrar o programa do evento.
Heather Lee tem tido uma vida muito ativa e extraordinária apesar de
não ter sido atleta quando jovem. Há cerca de 2 décadas começou a praticar
desporto e após a morte do seu marido, por cancro. A última coisa que ele lhe
disse foi «agora é hora de mostrares o teu valor» e esse foi o seu Credo de Lee
desde então, caminhando de forma compulsiva, como uma terapia, e quanto mais
rápido o fazia melhor se sentia. Descobriu a marcha atlética em 2011, ano em
que fez 85 anos. Quando chegou aos 90 anos pensou «Estou pronta para
continuar»!
Foi distinguida em 2014 com a Medalha de Ordem da Austrália pelo seu
contributo à marcha atlética master no seu país e ainda pela sua participação durante
mais de 15 anos na «Relay for Life», uma organização que angaria dinheiro na
luta contra o cancro.
Uma mulher inspiradora.
Bem haja, Heather Lee.