Pedro Martins. Foto: Daniel Augusto Montagem: O Marchador |
Uma
das grandes figuras da marcha atlética portuguesa na disciplina olímpica dos 50
km marcha é Pedro Martins, o atleta que mais títulos nacionais ostenta na
distância. Bem como o maior numero de marcas abaixo de 4h00’00 (11), Representa
o Centro de Atletismo de Seia (Guarda) desde 2000.
Em
31 edições dos Campeonatos de Portugal de 50 km marcha, que teve a jornada
inaugural em Lisboa, no ano de 1985, com a vitória de José Pinto, do Clube de
Futebol “Os Belenenses”, interrompida em 2016, numa decisão infeliz e, de certo
modo, inusitada, o atleta de Seia alardeou a sua superioridade no período
temporal de 1998 a 2003, conquistando então 6 títulos consecutivos. Em 2005 e
2015, sagrar-se-ia, de novo, campeão nacional.
Pedro
Martins foi atleta internacional por 27 vezes, destacando-se as presenças nos
Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000, e de Atenas, em 2004. Com um recorde
pessoal de 3.55.29 (12.º lugar), obtido na Taça do Mundo de Naumburg
(Alemanha), em 2004, há a destacar, especialmente, a sua contribuição para a
conquista da medalha de bronze de Portugal nos 50 km marcha da Taça da Europa,
disputada em Cheboksary (Rússia), onde foi o melhor representante luso com o 10.º
Lugar.
Que memórias desse evento, que ficou gravado nas páginas douradas do
atletismo português?
Sem dúvida, a multidão a assistir e a incentivar os
atletas que durante 4 horas e tal, por ali marcharam e depois na entrega de
medalhas, que ainda me pareciam em maior número.
Outra memória que guardo foi o facto de a organização
pensar que, por ter acompanhado o 1.º classificado durante a sua última volta ao
circuito, ia a discutir a vitória do evento, quando ainda me faltava 1 volta.
De que modo foste influenciado para a prática da marcha atlética?
Já fazia marcha esporadicamente nos treinos,
especialmente no final da época, preparando os nacionais do INATEL.
Quando desisti na minha 5.ª maratona de corrida,
resolvi dedicar-me exclusivamente à marcha. Para isto foi importante o
conterrâneo Albertino Quinaz que vivia em Lisboa e que conhecia muito bem o
José Urbano e o Luís Dias, e que tive a sorte de ser encaminhado logo para os
“Melhores” do panorama nacional da Marcha Atlética.
Das tuas quase meia centena de provas de 50 km realizadas, destacas alguma
que te tenha marcado de forma especial?
A 1.ª, Aveiro, por ser o 1.º Título Nacional e por
ninguém estar a contar/acreditar com tamanha audácia minha de querer chegar ao
fim, depois de saberem o quão pouco tinha treinado para a distância.
A última, em Castelo Branco por ser 10 anos depois do
último título, por ser perto da Guarda, por nem eu à partida saber que estaria
na meta, pois estava com uma gripe que se arrastava já há 2 semanas e pouco
consegui treinar para a referida competição.
Claro, Naumburg 2004 também foi marcante, pois
consegui recorde pessoal e mínimos olímpicos, numas condições atmosféricas
adversas de muito calor, especialmente a partir da 2.ª metade da prova, onde
muita gente não conseguiu concluir.
Que objetivos para os Campeonatos de Portugal (Porto de Mós), tu que és o
atual campeão nacional (2015), este ano com dois títulos em disputa (35 e 50
km)?
Objectivos, objectivos…
Ora se pedi para me fazerem inscrição nas duas
distâncias (penso ser condição necessária, bem como pagar as duas taxas), é ser
campeão nacional nas duas (gargalhada). É pena não atribuírem logo o título de
20 km e 10.000 na passagem. Ficava o assunto resolvido…
Agora a sério, quero agradecer ao treinador Jorge
Miguel por ter pedido a distância de 50 km Marcha para femininos por intenção
de participação da atleta treinada por ele, Inês Henriques, pois sem isso
duvido que os 50 km voltassem ao panorama dos Campeonatos Nacionais 2017.
Depois, ajudar a equipa do CAS colectivamente para uma
classificação honrosa nos campeonatos.
O blogue «O Marchador» aproveita
a oportunidade para felicitar Pedro Martins pelo aniversário de hoje, em que completa
49 primaveras.