terça-feira, 3 de junho de 2014

Rui Durão (S. Miguel, Açores) na primeira pessoa

Rui Durão, o 1.º da direita, e a sua equipa.
O Marchador – Quem é Rui Durão?

Rui Durão – 34 anos de idade, é um docente de Educação Física com mestrado em Treino Desportivo de Crianças e Jovens, treinador grau 3 (especialização em Meio-fundo e Marcha). Treinador na Região Autónoma dos Açores (São Miguel) em dois clubes (Clube Desportivo e Cultural Juventude Ilha Verde; Clube Desportivo Escolar "Os Fuseiros"), pertencente ao gabinete técnico da Associação de Atletismo de São Miguel e ao Centro de Formação de Atletismo dos Açores e colaborador da Federação Portuguesa de Atletismo no setor de Marcha.

OM – Em que contexto surgiu a possibilidade de orientar jovens marchadores?

RD – A possibilidade de orientar jovens marchadores deveu-se essencialmente à necessidade de colmatar uma lacuna regional nesse setor, especificamente para o Campeonato Nacional Olímpico Jovem. Na altura era treinador grau 1 e as noções eram muito vagas. Serviram-me de base os treinos e exercícios que tive oportunidade de acompanhar como atleta e que via fazer ao nosso prestigiado atleta de marcha, Pedro Martins. 

OM – Quais os atletas que treina e as potencialidades dos mesmos?

RD – Os atletas marchadores que treino neste momento são:

- Marco Amaral, Pedro Amaral, Bianca Amaral, Frederico Medeiros, Luís Raposo, Bárbara Duarte - Com enquadramento Nacional;
- Francisco Pereira, Ema Tavares, Francisca Queirós, Maria Medeiros, Luís Feleja - com enquadramento Regional/Ilha.

Destacam-se os atletas Marco Amaral e Pedro Amaral que aspiram medalhas nacionais.

OM – Qual a sua opinião sobre a disciplina nos Açores, no momento atual?

RD – Ao longo dos últimos dez anos, assistimos a um aumento de praticantes marchadores. Simultaneamente a qualidade destes praticantes tem apresentado uma forte expressão tanto ao nível regional (com a melhoria de alguns recordes regionais), como nacional (com medalhas nacionais). A maioria concentra-se na ilha de São Miguel, aparecendo pontualmente alguns praticantes na ilha Terceira.

OM – Que haveria a fazer para o incremento do número de praticantes?

RD – Muito trabalho já está a ser feito e o seu resultado é o aumento de praticantes. No entanto, a sensibilização de treinadores e atletas, bem como formações de juízes de marcha poderiam aumentar exponencialmente tanto o número de praticantes, como a sua qualidade.

OM - O que pensa da situação da marcha atlética no país?

RD – Penso que esta disciplina tem apresentado resultados no quadro internacional, relembro o bronze conquistado pela equipa feminina nos 20 Km, na Taça do Mundo de Marcha. Estas excelentes prestações ajudam em grande parte na "publicidade" da disciplina. Por outro lado, vemos antigos atletas a dinamizarem e a darem apoio na prática da disciplina. De referir que o blogue "O Marchador" é uma mais valia tanto no acompanhamento da marcha nacional como internacional. No entanto, sou da opinião que muito ainda se pode fazer.

OM – Que projetos tem em mente?

RD - Conjuntamente com os atletas e clubes que represento, tenciono aumentar o número de praticantes e ajudar a melhorar as prestações dos demais de forma a atingirem os nossos objetivos. Objetivos estes que passam pelos mínimos regionais e nacionais, alcançar recordes regionais e chegar às medalhas regionais e nacionais.