sábado, 17 de outubro de 2015

Susana Feitor comenta participação no Tour de Wuzhong

Uma das mais prestigiadas e respeitadas marchadoras em todo o mundo, com uma carreira competitiva que conta já para cima de um quarto de século de duração, Susana Feitor foi uma das participantes no recente Tour de Wuzhong, prova por etapas que começa a tornar-se ponto de encontro de alguns dos mais notáveis marchadores do circuito internacional. Em resposta a «O Marchador», a atleta portuguesa exprime de seguida as impressões que lhe deixou esta prova realizada na China e que assenta numa regulamentação adaptada às características de uma competição realizada ao longo de quatro dias consecutivos.

1. Como define a experiência que constituiu a participação no Tour de Wuzhong?

Fantástica, dura em termos de esforço, mas divertida e emocionante, uma excelente forma de divulgação da disciplina, propícia para a socialização entre os vários intervenientes da marcha atlética. Para além disso, os prémios são atractivos.

2. Que aspetos positivos salienta e que outros aspetos gostaria que melhorassem quanto à organização do evento?

O Tour é um formato original muito interessante e cativante, tanto para os atletas como para os acompanhantes.

Controlo de «doping» – sugestão: que seja realizado em todas as etapas e não apenas na primeira e na última, pelo menos a quatro atletas – dois masculinos e dois femininos, a sortear entre os do «top» 8.

Pit Lane/Pit Stop/Estação de Castigo – boa medida! A meu ver melhorada para esta edição, no entanto ainda pouco clara no tempo a penalizar e no modo. Penso até que dois minutos acumulados são demais para as quatro notas de desclassificação. Sugiro um minuto e meio, mantendo a progressão de 30 segundos entre cada nota. Alguns atletas entendem que cada nota de desclassificação tem 30 segundos de penalização, outros entendem que a cada nota somada também o tempo de penalização é maior, somando no final das quatro notas, no formato actual, três minutos e meio.

Aspectos a melhorar: mais pontos de refrescamento (água fresca para beber e refrescar em condições acima de 20-22ºC), pelo menos um ponto a cada 2,5km/3km. Os pontos de abastecimento foram suficientes (2 pontos em cada etapa).

Recuperação: devem existir meios de recuperação no final de cada etapa, como crioterapia e/ou massagem.

Alimentação: comida mais internacional e adequada ao alto rendimento desportivo (ainda que a comida possa ser típica chinesa, o problema é que muitas das vezes estava fria, apresentava muita gordura e muito açúcar).

Sugestão: já que o Tour tem um carácter promocional tanto da disciplina como do ponto de vista turístico, porque não ter um dia de intervalo após a segunda ou a terceira etapa para que por um lado se possa recuperar melhor e aproveitar para visitar os locais de interesse (já fui a três edições e nunca consegui ir visitar a cidade e os seus jardins, segundo o meu exemplo, creio que mais atletas passam pelo mesmo e também gostariam de conhecer melhor os locais bonitos daquela zona chinesa).

3. Quais os objetivos para a nova época e como vê a marcha atlética no mundo?

Os meus objectivos são de continuar a treinar e participar nas principais competições de marcha atlética.