terça-feira, 4 de agosto de 2015

Espanha serve de inspiração na marcha jovem

Laura García-Caro, uma das imagens
do sucesso espanhol na marcha jovem.
Foto: RFEA
A recente realização dos Campeonatos de Espanha de Atletismo (Castellón, 1 e 2 de Agosto) e do Campeonato de Espanha de Federações Autonómicas (Gijón, 25 de Julho) veio confirmar um dado muito significativo do atletismo do país vizinho: o grande desenvolvimento da marcha atlética nas camadas jovens, factor decisivo para a manutenção futura da Espanha entre a elite mundial da especialidade.

Ao apreciar com detalhe as folhas de classificação das provas de marcha dos referidos campeonatos, nota-se grande preponderância de atletas jovens com elevada qualidade, resultado de uma extracção também de uma grande quantidade de praticantes. O campeonato entre federações autonómicas totaliza 29 atletas classificados (16 masculinos e 13 femininos), sendo 20 deles de nascimento em 1990 ou posterior. Trata-se portanto de atletas com idades até 25 anos, incluindo quatro juniores.

Em complemento a esta nota acrescente-se que os seis primeiros masculinos e cinco das seis primeiras femininas eram atletas nascidas em 1990 ou depois, facto demonstrativo do valor dos melhores jovens marchadores.

Os campeonatos absolutos revelaram situação parecida. Num universo igual de 29 atletas classificados (17 masculinos e 12 femininos), 14 estão no referido quadro etário (até 25 anos). No caso destes campeonatos, um dos mais jovens participantes, Álvaro Martín, nascido em 1994, acedeu ao pódio da prova masculina, suplantado apenas pelo consagrado campeão europeu Miguel Ángel López e pelo experiente internacional Benjamín Sánchez.

Esta breve recolha de dados, mesmo sem profundidade analítica, não deixa de permitir o estabelecimento de uma relação com os resultados obtidos também recentemente pelos jovens espanhóis nas provas de marcha dos europeus de juniores (Eskilstuna, Suécia, 16 e 18 de Julho) e nos europeus de sub-23 (Tallinn, Estónia, 10 de Julho). Na competição disputada na cidade sueca, a Espanha levou para casa duas medalhas na prova masculina (1.º, Diego García; 3.º, Pablo Oliva; além do 11.º, Manuel Bermúdez), tendo o quarto, o sétimo e o 21.º lugares na prova feminina, cujo pódio foi preenchido pelas três russas em pista.

Na competição realizada na capital estónia, Álvaro Martín foi segundo nos masculinos e Laura García-Caro foi quarta nos femininos. Houve ainda espaço para o quinto lugar de Francisco Durán, o nono de Amanda Cano e o 11.º de Mar Juárez.

Portanto, é fácil descortinar aqui uma densidade invulgar de qualidade, atletas cujo valor não se perde numa escassez de nomes pronta a desaparecer do mapa à primeira esquina da carreira desportiva. Não, pelo contrário, estes resultados comprovam a valia o trabalho que está a ser desenvolvido em Espanha tanto pelos clubes como pelas federações (nacional e autonómicas) no domínio da formação de jovens marchadores.

Ou seja, não é preciso ir longe para recolher bons exemplos.