Tim Erickson, o editor de «Heel and Toe». Foto: facebook do próprio. Montagem: O Marchador |
Longa é a tradição da
Austrália na marcha atlética, com uma ligação à modalidade expressa também
pelos grandes resultados alcançados por atletas seus nas mais importantes
competições internacionais. A começar pelo segundo lugar de George Parker nos
Jogos Olímpicos de 1920, em Antuérpia, nos 3000 m marcha. Quarenta anos depois,
nos Jogos de Roma, igual sucesso para Noel Freeman, nos 20 km – também medalha
de prata.
Nas décadas mais
recentes, Sue Cook, Kerry Saxby ou Simon Baker reabriram um caminho que nos
últimos anos tem sido trilhado por, entre outros, Nathan Deakes, Jane Saville,
Jared Tallent, para referir apenas os medalhados em grandes competições
mundiais.
Melhor do que
ninguém, quem dá boa conta da informação sobre estes e outros feitos da marcha
australiana (e não só) é a publicação «Heel and Toe», uma folha informativa do
tipo «newsletter» editada por Tim Erickson desde 2000, o ano dos Jogos
Olímpicos de Sydney.
Tim Erickson é um
marchador que se destacou nas décadas de 1970 e 1980 como atleta de nível
internacional, tendo-se iniciado na marcha em 1966, ainda júnior. Após
interrupção por motivo de estudos, retomaria a actividade aos 22 anos,
afirmando-se sobretudo nas distâncias longas (30 e 50 km). E, apesar de várias
vezes ter superado os mínimos, só não teve a sua experiência olímpica nos 50 km
dado que em 1976, os Jogos de Montreal não incluíram a distância no programa do
atletismo e em 1980 o Comité Olímpico Australiano decidiu apresentar uma
selecção reduzida nos Jogos de Moscovo. No final de 1983, quando o objectivo eram os Jogos de Los
Angeles do ano seguinte, uma lesão ditou o final da carreira competitiva de Erickson ao
mais alto nível, voltando a competir no plano internacional já no século XXI,
como veterano.
Para trás tinha
ficado a integração na selecção australiana para a prova de 50 km que em 1976 a
FIAA organizou em Malmo (Suécia) como compensação da ausência do programa
olímpico. A prova acabou por ficar para a história como o primeiro campeonato
mundial da distância (quando ainda não existiam mundiais de atletismo em pista,
estreados sete anos depois em Helsínquia). Tim Erickson foi 23.º e participaria
ainda nas taças do mundo de 1979 (Eschborn) e 1983 (Bergen), sempre em 50 km e
classificando-se em 25.º lugar numa e noutra.
Em 2000, Erickson
passou a editar o boletim «Heel and Toe», publicação de informação sobre marcha
atlética que teve de início uma periodicidade menos regular. Divulgado junto de
uma lista de distribuição específica, o boletim pode ser lido também no sítio
em linha do Victorian Race Walking Club (http://www.vrwc.org.au).
Com a edição do
passado dia 24 de Setembro, o «Heel and Toe» atingiu a bonita marca parcial de
seis anos com publicação semanal ininterrupta. Trata-se de um magnífico
contributo para a divulgação da marcha atlética e das notícias que lhe estão
associadas.
Graças a uma rede de
colaboradores em diferentes regiões australianas mas também noutros países, o
«Heel and Toe» apresenta em cada semana a informação sobre a actividade
nacional e internacional da marcha, destacando sempre (e com muitas imagens)
desde os mais jovens principiantes (benjamins, infantis, iniciados) até aos
mais consagrados marchadores internacionais.
Uma publicação que é
um exemplo de boa divulgação da marcha e uma demonstração de que nem só de
«estrelas» vive o desporto, que envolve atletas de todas as idades e das mais
variadas capacidades técnicas.
Parabéns a Tim
Erickson e a todos os que com ele colaboram neste projecto!