quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Curt Clausen eleito presidente da Federação de Atletismo dos EUA

Allen James, Curt Clausen, e este nos 50 km marcha dos mundiais de Sevilha-1999.
Fotos: fb Allen James e (arq.) Lutz Bongarts/Getty Images. Montagem: O Marchador

O ex-marchador olímpico Curt Clausen, de 57 anos de idade, foi eleito novo presidente da Federação de Atletismo dos Estados Unidos da América (USATF) com 56.7% dos votos, batendo a lista do campeão olímpico e mundial Mike Conley, que obteve 43.3%.

Clausen sucede a Vin Lananna, que concluiu o seu segundo e último mandato (limitado a 8 anos), tendo chefiado tecnicamente a seleção masculina dos EUA nos Jogos Olímpicos de 2016, realizados no Rio de Janeiro, e sendo atualmente o diretor da modalidade na Universidade da Virgínia.

Um dos principais desafios de Curt Clausen é o de restaurar o equilíbrio das finanças, que têm registado um défice nos últimos anos, buscando ainda uma maior transparência nos contratos celebrados com a USATF. Com experiência de gestão no Skadden Arps e na Major League Baseball, Clausen é atualmente Conselheiro Geral da Tickets.com, com sede em Nova Iorque.

Ainda nos dias de hoje detentor do recorde nacional dos 50 km marcha (estrada) com o tempo de 3:48:04 ao concluir a distância da Taça do Mundo de Marcha, disputada em Mézidon, na França, na 11ª posição, Curt Clausen obteve o seu melhor desempenho internacional nos Campeonatos Mundiais de Atletismo, realizados em Sevilha, no ano de 1999 ao conquistar a medalha de bronze nos 50 km marcha, depois de se constatar, dois anos após aquele acontecimento, que o vencedor (um atleta russo), fora desclassificado por consumo de substâncias dopantes.

Simultaneamente à eleição pela primeira vez de um ex-marchador para a presidência da USATF, decorreu a votação para a nova equipa dirigente da Comissão de Marcha da federação norte-americana de atletismo da qual saiu vencedora a lista liderada por Allen James, que competiu em 2 Jogos Olímpicos, em Barcelona 1992 (20 km marcha) e em Atlanta 1996 (50 km marcha) tendo batido 5 recordes do seu país.

A equipa de James é formada por Michael Roth (Vice-presidente), Janelle Branch (secretária), Solomiya Login (tesoureira), Don Lawrence, Dan Pierce, Katie Miale, Susan Heiser e Miranda Melville (vogais), tendo ainda sido designados para o cargo de Coordenador da Seleção Nacional, Tim Seaman, detentor de vários títulos nacionais e com presenças nos Jogos Olímpicos de 2000 e 2004, para a área escolar e universitária, Michael Rohl, e para o cargo de Treinadora nacional e do setor jovem, Loubna Hasseine-Silva.

Nas primeiras palavras proferidas por Allen James nas redes sociais, salientou o momento histórico e muito emocionante que representa a eleição do marchador olímpico Curt Clausen na presidência da federação de atletismo dos EUA, prometendo traçar um novo capítula na marcha atlética dos EUA com as mudanças necessárias à revitalização da especialidade nas escolas secundárias e faculdades do país, ciente que tem na sua equipa de trabalho pessoas muito experientes e talentosas.

Por outro lado, o objetivo de James será o de capacitar os atletas de elite a alcançar medalhas em provas internacionais, criando um programa de deteção de talentos e respetivo acompanhamento, com as atenções igualmente centradas na criação de um calendário que proporcione opções competitivas para os jovens e reforçando a necessidade de angariação de fundos e para o qual conta com a colaboração do antigo membro da seleção nacional, Rob Cole.

Os EUA que, pela primeira vez no historial dos Jogos Olímpicos, não contaram com qualquer representante em Paris 2024, registam a obtenção de uma medalha de prata nos Jogos de Antuérpia 1920 por intermédio do nova-iorquino Joseph Pearman.

A Curt Clausen e à sua equipa, bem como à Comissão de Marcha liderada por Allen James, os nossos votos de boa sorte e sucessos nesta nova e ambiciosa caminhada para os próximos 4 anos.

terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Vitória Oliveira e Rui Coelho vitoriosos em Celorico da Beira (2024)


Em Celorico da Beira, as partidas das principais provas, os vencedores absolutos,
Rui Coelho e Vitória Oliveira, o vereador José Alfredo Silva e o pai de Carlos Amaral,
e o pódio coletivo do G. Prémio, com o AC Alfenense (2.º), Olivais FC (1.º)
e ACR Senhora do Desterro (3.º). Fotos: fb Município Celorico da Beira.
Montagem: O Marchador

Em mais uma edição, a 24.ª, do Grande Prémio de Marcha Atlética de Celorico da Beira e Memorial «Carlos Amaral», evento realizado no sábado (7/12) e levado a cabo pela Câmara Municipal de Celorico da Beira e Associação de Atletismo da Guarda, triunfos, de resto esperados, de Vitória Oliveira e de Rui Coelho nas principais provas de 10 km, ambos representantes do Sport Lisboa e Benfica.

Nos 10 km absolutos femininos, a olímpica (Paris 2024) Vitória Oliveira, numa progressão regular, cortou a meta em 46:29, registando parciais em cada metade da prova em 23:10 e 23:19. As segunda e terceira posições pertenceram a Bruna Marques, do SL Benfica, com 49:02 (24:29+24:33), e Juliana Galvão, do ACD Arcos de Valdevez, com 53:41 (27:04+26:33). Participaram 4 atletas.

Nos 10 km absolutos masculinos, prova que englobou atletas do Grande Prémio e ainda do Campeonato Distrital, Rui Coelho, depois de passar aos 5 km em 23:39, efetuou os segundos 5 km em 21:52, para acumular no final a marca de 45:31. Na ordem de chegada à meta entrou Augusto Cardoso, M50 da ACR Senhora do Desterro, o campeão distrital, com 49:28 (23:40+25:48), seguido de Rui Magalhães, M35 do Maia AC, o segundo do G.Prémio, com 50:51 (24:26+26:25). A fechar o pódio do G. Prémio, e na quarta posição da geral, completou a prova Fábio Proença, da ACR Senhora do Desterro, com 52:26 (25:16+27:10). Participaram 9 atletas.

Nas provas de 5 km, com início conjunto com as de 10 km, registe-se os vencedores absolutos nos veteranos, Manuel Marques (M45), da A Jardim da Serra, com 23:31, e Sandra Silva (W45), do Lusitânia de Lourosa FC, com 28:40, e nos sub-18, Ivo Seixas, do AC Alfenense, com 36:39, e Liz Ferreira, do SL Benfica, com 30:37.

Nos mais jovens, destaque-se a vencedora sub-16 Isabel Laginhas, da ACR Senhora do Desterro, com 16:15 aos 3 km (recorde pessoal).

No apuramento da classificação coletiva do Grande Prémio, o primeiro lugar pertenceu ao Olivais Futebol Clube (Coimbra), com 82 pontos (11 jovens atletas a participar), seguido do AC Alfenense, com 45, e da ACR Senhora do Desterro, com 38, coletividade esta que acumulou o primeiro lugar coletivo nos seniores masculinos do campeonato distrital.

Uma vez mais foi prestada homenagem a Carlos Amaral, falecido precocemente em 1999, com a presença do seu pai e do representante do Município de Celorico da Beira, o vereador José Alfredo Silva.

Foram 40 os atletas participantes no evento, representando 12 clubes e oriundos de 7 distritos do país.

Principais classificações
10 km femininos - geral (GP)
1.ª, Vitória Oliveira, 1992 (SL Benfica), 46:29
2.ª, Bruna Marques, 2002 (SL Benfica), 49:02
3.ª, Juliana Galvão, 2001 (ACD Arcos de Valdevez), 53:41
4.ª, Juliana M. Ferreira, 2006 (Maia AC), 1:08:05

10 km masculinos - geral (GP + C.Dist.)
1.º, Rui Coelho, 1994 (SL Benfica), 45:31 - 1.º, GP
2.º, Augusto Cardoso, 1970 (ACR Senhora do Desterro), 49:28 - 1.º, C.Dist.
3.º, Rui Magalhães, 1988 (Maia AC), 50:51 - 2.º, GP
4.º, Fábio Proença, 2001 (ACR Senhora do Desterro), 52:26 - 3.º, GP/2.º, C.Dist.
5.º, Ricardo Vendeira, 1981 (ACR Senhora do Desterro), 54:19 - 3.º, C.Dist.
6.º, Pedro Martins, 1968 (ACR Senhora do Desterro), 56:02 - 4.º, C.Dist.
7.º, Luís Correia, 1978 (CC São João da Madeira), 57:58 - 4.º, GP
8.º, Aurélio Costa, 1968 (AC Alfenense), 1:01:38 - 5.º, GP
9.º, José Magalhães, 1954 (AC Alfenense), 1:07:54 - 6.º, GP

Consulte os resultados completos no «site» da AA Guarda, do Grande Prémio [aqui] e do campeonato distrital [aqui].

segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

João Vieira e Ana Monteiro repetem triunfos no Jamor (GP Natal de Marcha 2024)

Os momentos que antecederam a partida da prova masculina e o início da feminina.
Fotos: fb FOTOS Oliveirinha. Montagem: O Marchador

No sábado passado (7/12), de volta ao Jamor (Oeiras) para mais uma edição do tradicional Grande Prémio de Natal de Marcha da Associação de Atletismo de Lisboa (AAL), o veterano M45 João Vieira, do Sporting Clube de Portugal, e a sénior Ana Monteiro, do Grupo Desportivo do Estreito, sagraram-se, desta vez sem oposição, vencedores das provas absolutas de 5 km.

Bem destacados, João Vieira, que acumulou o título regional de estrada, cortou a meta em 21:52 (em 2023 obtivera 20:16), enquanto Ana Monteiro foi cronometrada em 24:05 (23:56 no ano passado).

Nos masculinos, as posições imediatas foram ocupadas pelo sub-20 David Ferreira, do SCU Torreense, segundo da geral, com 23:41, e Rúben Santos, do Sporting CP, terceiro, com 24:10. Até à 5.ª posição, com direito a prémios monetários, entraram outro sub-20 do SCU Torreense, Afonso Duarte, com 25:23, e o veterano M45 (e não M50 como mencionado pela organização) Ricardo Santos, do SL Almada, com 25:46. Na categoria sub-18 o primeiro foi Pedro Carmona, do UA Povoense (31:18), e nos veteranos mais idosos, referência para o M65 José Oliveira, do CPR A-do-Barbas, com 32:57. Participaram 17 atletas.

Nos femininos, os segundo e terceiro lugares pertenceram a Margarida Sá, sénior na presente época (2024-2025), do Sporting CP, atleta que conquistou o título lisboeta com 24:45, e à veterana W40 Vera Santos, a representar o SC Braga, com 25:27, depois de cumpridos 30 segundos na zona de penalização. Nos lugares seguintes classificaram-se atletas veteranas, a W45 (e não W50) Kristina Saltanovic, do GD São Domingos, 4.ª com 26:55, e Felicidade Rosa, do CA Galinheiras, também W45, 5.ª, com 28:37. Referência ainda para a melhor sub-18 Bruna Augusto, do SCU Torreense, com 31:15 (6.ª na geral), e a mais idosa veterana (W70) Maria Orlete Mendes, do CA Galinheiras, com 31:37 (com um expressivo 7.º lugar na geral). Participaram 22 atletas.

Nos mais jovens, destaque-se os 6 triunfos individuais de atletas da ACR Mealhada, através de Daniel Viegas (benj. A, 1 km, 6:25), Laura Gageiro (benj. A, 1 km, 6:29), Maria Evangelista (benj. B, 1 km, 5:30), Rodrigo Relvas (sub-14, 3 km, 18:24), Clara Gageiro (3 km, sub-14, 19:13) e Santiago Pombeiro (sub-16, 4 km, 31:13). Outras vitórias pertenceram ao SCU Torreense, por Óscar Almeida (benj. B, 1 km, 5:53), e ao GD São Domingos, por Leonor Pereira (sub-16, 4 km, 29:13).

Em termos da classificação coletiva do campeonato de Lisboa, as vitórias couberam à ACR Mealhada, nos masculinos, e ao GD São Domingos, nos femininos.

Principais classificações
5 km masculinos - geral/escalão etário
1.º, João Vieira (Sporting CP), 21:52 - M45
2.º, David Ferreira (SCU Torreense), 23:41 - Sub-20
3.º, Rúben Santos (Sporting CP), 24:10 - Sénior
4.º, Afonso Duarte (SCU Torreense), 25:23 - Sub-20
5.º, Ricardo Santos (SL Almada), 25:46 - M45*
6.º, David Montoya (C.A. Mazarefes), 26:44 - M40
7.º, João Pinel (CF Os Belenenses), 30:27 - Sénior
8.º, João Cachulo (ACR Mealhada), 31:17 - M35
9.º, Pedro Carmona (UA Povoense), 31:18 - Sub-18
10.º, José Oliveira (CPR A-do-Barbas), 32:57 - M65
11.º, Gonçalo Rebelo (GD São Domingos), 33:46 - M65
12.º, Joaquim Leitão (GD São Domingos), 34:09 - M65
13.º, Victor Clara (ACR Mealhada), 35:24 - M55
14.º, Pedro Pinto (Individual/Lisboa), 37:15 - M65
15.º, Hélder Gageiro (ACR Mealhada), 40:42 - M40
16.º, Augusto Ramôa (UA Povoense), 47:15 - M70
Desclassificado: Paulo Cunha (CC São João da Madeira) - M55*.

5 km femininos - geral/escalão etário
1.ª, Ana Monteiro (GD Estreito), 24:05 - Sénior
2.ª, Margarida Sá (Sporting CP), 24:45 – Sénior*
3.ª, Vera Santos (SC Braga), 25:27 - W40 z.p.
4.ª, Kristina Saltanovic (GD São Domingos), 26:55 - W45*
5.ª, Felicidade Rosa (CA Galinheiras), 28:37 - W45
6.ª, Bruna Augusto (SCU Torreense), 31:15 - Sub-18
7.ª, Maria Mendes (CA Galinheiras), 31:37 - W70
8.ª, Ana Macedo (UA Povoense), 32:16 - W50
9.ª, Elizângela Oliveira (SL Almada), 32:50 - W45
10.ª, Matilde Morgado (GD São Domingos), 33:11 - W45
11.ª, Catarina Gonçalves (CP Corroios), 33:21 - W45
12.ª, Maria Fátima Costa (CA Galinheiras), 34:06 - W50
13.ª, Olívia Paulo (SCU Torreense), 34:53 - Sub-18
14.ª, Leonor Fernandes (UA Povoense), 35:16 - Sénior
15.ª, Filomena Moura (GM 1º Dez. Queijas), 35:25 - W65
16.ª, Cátia Rodrigues (ACR Mealhada), 37:25 - W40
17.ª, Anabela Jorge (ACR Mealhada), 37:39 - W50
18.ª, Liliana Quedas (ACR Mealhada), 38:04 - Sub-18
19.ª, Andreia Botelho (ACR Mealhada), 40:12 - Sénior
20.ª, Maria José Dias (GD São Domingos), 42:18 - W55*
21.ª, Céu Leitão (GD São Domingos), 43:33 - W65
22.ª, Vera Gonçalves (ACR Mealhada), 44:03 - W40

* Correções OM.

Os resultados completos no «site» da AAL (que ainda contêm erros) estão disponíveis aqui.

domingo, 8 de dezembro de 2024

José Duván Ccoscco (Peru) conquista o ouro nos 10.000 metros marcha dos Sul-americanos Sub-18 (San Luis 2024)

A dianteira da prova de marcha masculina em San Luis e o vencedor, José Ccoscco (Peru).
Imagens: Sebastian Lasquera/Atletismo Sudamericano e YouTube CADA.Atletismo.
Montagem: O Marchador

O peruano José Duván Ccoscco confirmou a qualidade de favorito ao conquistar a medalha de ouro nos 10.000 metros marcha dos Campeonatos Sul-americanos que decorrem em San Luis, na Argentina, obtendo a marca de 46:39.56.

Ccoscco, que este ano já vencera os Sul-americanos de Marcha, disputados em Pernambuco, no Brasil, manteve durante o presente ano um altíssimo nível de consistência, pois também esteve no seu melhor plano nos 10 km Sub-20 do Mundial de Seleções de Marcha ao estabelecer um novo recorde pessoal em estrada com a marca de 43:56.

Ainda na mesma prova, destaque também para a medalha de prata conquistada pelo equatoriano Sebastián Vinicio Barrera, a 1 segundo do vencedor, com 46:40.54, e para a inédita medalha de bronze obtida por um marchador da Argentina, no caso, por Ricardo Damián com 47:56.28.

O recorde dos campeonatos é pertença do colombiano Eider Arévalo com o tempo de 40:27.95, ele que viria a obter posição de grande destaque nos Campeonatos Mundiais de Atletismo, em 2017 (Londres) ao sagrar-se campeão mundial.

Classificação
10.000 m masculinos
1.º, José Duván Ccoscco Sueldo, 2007 (PER - Peru), 46:39.56
2.º, Sebastian Vinicio Barrera Quinde, 2007 (ECU - Equador), 46:40.54
3.º, Ricardo Damian, 2007 (ARG - Argentina), 47:56.28
4.º, Davi Gabriel Bastos da Silva, 2008 (BRA - Brasil), 48:17.70
5.º, Jesus Rosales, 2007 (CHI - Chile), 50:33.72
6.º, Jhon Rodriguez Pacho, 2008 (PER - Peru), 51:56.92
7.º, Andre Bessa dos Santos Melo, 2009 (BRA - Brasil), 52:12.10
Desclassificado: Vicente Castillo, 2008 (CHI - Chile).

Equador em destaque na marcha atlética feminina nos Sul-americanos Sub-18 (San Luis 2024)

Em San Luis, fase inicial da prova de marcha feminina e a vencedora, Katherine Barreto
(Equador). Imagens: Sebastian Lasquera/Atletismo Sudamericano e YouTube
CADA.Atletismo. Montagem: O Marchador

Os jovens marchadores equatorianos, sempre muito pujantes na disciplina, voltaram a dar cartas com especial incidência para a final da prova feminina dos 5.000 metros com a conquista das medalhas de ouro e prata nuns campeonatos que têm hoje a realização da última jornada e estão a decorrer desde o dia 6 na cidade de San Luis, na Argentina.

Katherine Dayana Barreto venceu com o tempo de 24:31.46 seguida da sua compatriota María Elena Portilla que completou a prova no tempo de 25:03.29. A medalha de bronze foi para a colombiana Valeria Tobón com a marca de 25:54.31.

De registar que a peruana Andia Arotaipe Rocío, que ganhou os Sul-americanos de Marcha em Estrada, disputados em março do corrente ano, no Brasil, não terminou a prova.

O recorde dos campeonatos permanece na posse da peruana Yuli Capcha com o tempo de 22:33.63, estabelecido na edição de 2010.

Classificação
5.000 m femininos
1.ª, Katherine Dayanna Barreto Vicuña, 2007 (ECU - Equador), 24:31.46
2.ª, Maria Elena Potilla Chapa, 2007 (ECU - Equador), 25:03.29
3.ª, Valeria Tobon Flores, 2007 (COL - Colômbia), 25:54.31
4.ª, Vitoria Silva Araújo, 2007 (BRA - Brasil), 27:54.94
5.ª, Leonela Pia López, 2008 (ARG - Argentina), 28:04.45
6.ª, Mychelle Rodrigues de Souza, 2009 (BRA - Brasil), 28:26.24
7.ª, Magali Allassia, 2007 (ARG - Argentina), 28:50.76
8.ª, Antonia Molina, 2008 (CHI - Chile), 34:17.83
Desistente: Andia Arotaipe Rocio, 2009 (PER - Peru).

sábado, 7 de dezembro de 2024

Paulo Murta é o novo técnico nacional de marcha (e meio-fundo)

Paulo Murta (TNM) e José Barros (DTN). Foto: FPA/Marcelino Almeida.
Montagem: O Marchador

No seguimento da eleição de Domingos Castro como presidente da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) para um mandato de quatro anos, até 2028, e da nomeação de José Barros para Diretor Técnico Nacional, foi nesta quarta-feira (4/12) dado a conhecer os elementos que formam a nova estrutura técnica.

Neste contexto, e em particular no Departamento de Alto Rendimento, importa referir a nomeação de Paulo Murta para técnico nacional de marcha, cargo que acumulará com o meio-fundo. Murta é um treinador desde há muito tempo ligado à especialidade e ao Clube Oriental de Pechão, e que treinou, entre vários atletas, os olímpicos Ana Cabecinha e Jorge Costa.

Entretanto, e segundo se apurou, teve já lugar uma reunião online do setor de marcha em que um dos pontos da ordem de trabalhos incidia no calendário de provas (datas/locais/distâncias), desconhecendo-se as conclusões a que se chegou.

A Paulo Murta, o blogue «O Marchador» formula votos de bom trabalho, esperando-se que a sua atuação inverta a tendência negativa da disciplina de há alguns anos a esta parte e ponha cobro a muitas situações de negligência e discriminação a que a marcha atlética foi votada pela FPA.

Consulte o organograma da Direção Técnica Nacional aqui.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

GP de Natal de Marcha e Campeonatos de Lisboa este sábado no Jamor (Oeiras)

Imagem: fb FOTOS Oliveirinha. Montagem: O Marchador

Será pela manhã deste sábado (7/12), a partir das 10:00 horas, que se assistirá à realização do Grande Prémio de Natal e simultaneamente dos Campeonatos Regionais de Lisboa “Troféu Aires Denis”, numa organização da Associação de Atletismo de Lisboa (AAL), e em que todos os escalões etários estão representados, juntamente com o Desporto Adaptado.

As provas serão disputadas num circuito, em piso asfaltado, de 1 km e com o primeiro tiro de partida às 10h00, com a realização das provas de Benjamins A/B e Desporto Adaptado (1 km) este num único escalão. A série seguinte de partidas, quinze minutos depois, inclui a prova de 3 km para Infantis e de 4 km para Iniciados. Pelas 10h55 será a vez de partirem para a prova de 5 km os atletas dos escalões Sub-18, Sub-20, Sub-23, Seniores e Veteranos (todos os escalões) femininos. O último tiro será dado às 11h45, quando saírem os participantes nas provas masculinas de iguais escalões e distância atrás mencionados.

Tanto o Grande Prémio de Natal como o Campeonato de Lisboa representam eventos que pela sua história (o primeiro nascido em 1978, percorrendo a icónica Avenida da Liberdade, e o segundo em 1983, na histórica zona de Belém) merecem-nos especiais referências por se terem iniciado nos primeiros anos da reimplantação da marcha atlética em Portugal e constituírem fatores inegavelmente marcantes e decisivos para que os jovens de então e pioneiros praticantes da disciplina seguissem em frente numa caminhada às vezes dificultada por “pedregulhos” encontrados pelo caminho.

Aires Denis, foi o “pai” da marcha atlética portuguesa e dirigente da AA Lisboa, num tempo em que era presidente da instituição Mário Paiva, notável dirigente associativo e que contribuiu igualmente para a consolidação da disciplina no nosso país. José Pinto, o histórico atleta do Clube de Futebol “Os Belenenses”, finalista nos Jogos Olímpicos de Los Angeles 1984, deu um importantíssimo contributo ao engrandecimento da marcha atlética.

A página da AAL para o evento está disponível aqui.

Celorico da Beira palco este sábado do 24.º Grande Prémio de Marcha Atlética

O cartaz da edição 2024 e, à direita, o saudoso Carlos Amaral.
Imagens: organização local e arquivo «O Marchador».
Montagem: O Marchador

É já no dia de amanhã, a partir das 14:00 horas, que a hospitaleira cidade de Celorico da Beira (a 23 km da Guarda e a 344 km de Lisboa) acolhe o seu Grande Prémio de Marcha Atlética, um marco no calendário nacional da especialidade, pondo em prática a 24.ª edição, uma vez mais em memória de Carlos Amaral, o grande impulsionador deste notável desporto na Capital do famoso Queijo da Serra da Estrela.

A organização é da responsabilidade da Câmara Municipal de Celorico da Beira e da Associação de Atletismo da Guarda, que enviará para o evento os juízes filiados na sua Associação, entre os quais os membros do respetivo painel regional da especialidade, contando com a colaboração de várias outras entidades e do comércio local.

O evento, que também abarca a realização dos Campeonatos da Guarda, inicia-se às 14:00 horas e destina-se a atletas de todos os escalões etários, sendo realizado num circuito em estrada, com um perímetro de 500 metros e marcado na Avenida da Corredoura com as cinco partidas a serem dadas no Jardim Parque Carlos Amaral.

Criada em 1996 pelo próprio Carlos Amaral, a competição regista no seu historial a presença de grandes figuras da marcha atlética nacional e o próprio Município apoiou o acolhimento da seleção nacional de marcha que escolheu a região para um estágio do setor, disponibilizou as instalações para a realização de um curso para juízes especialistas de marcha, tudo num distrito que conta com vários marchadores envergando a camisola de Portugal em eventos internacionais, o mais destacado de todos, o ainda bem ativo pluricampeão nacional Pedro Martins, atleta olímpico, medalhado pelo país na Taça da Europa de Marcha de 2003.

Note-se a atribuição pela Organização de prémios monetários aos cinco primeiros classificados (masculinos e femininos), nas categorias de Absolutos e Veteranos, e às três primeiras equipas da classificação geral coletiva, com a grande novidade do envolvimento deste tipo de prémios das equipas (5) com o maior número de participantes, tudo num montante de 1.040 euros.

E para que tudo termine em ambiente de festa e convívio não poderia faltar – na tradição de bem receber das gentes celoricenses, um lanche oferecido a todos os participantes num cenário onde estará instalado o pódio que marca simbolicamente a cerimónia oficial de entrega dos prémios.

A página do evento no «site» da Associação de Atletismo da Guarda está disponível aqui.

A listagem de atletas inscritos por prova pode ser consultada aqui.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

World Athletics revê distâncias da marcha... outra vez

Imagens: World Athletics. Montagem: O Marchador

O Conselho da federação internacional de atletismo (a que chamaram World Athletics, nome cuja tradução para português não faz sentido) deliberou na reunião de 3 e 4 de Dezembro, no Mónaco, alterar as distâncias oficiais das provas de marcha atlética. Assim, os 20 km dão lugar a provas de marcha com a distância de meia-maratona (21,097 km) e as de 35 km passam à distância igual à da maratona (42,195 km). Estas alterações entram em vigor nas grandes competições organizadas sob a égide da federação internacional a partir de 1 de Janeiro de 2026.

Por sua vez, nos campeonatos do mundo de juniores (sub-20), as provas masculina e feminina de marcha na distância de 10 mil metros darão lugar a competições sobre 5000 metros. A decisão será implementada a partir da edição de 2026 dos referidos campeonatos, em Eugene (Estados Unidos).

Como justificação, o órgão federativo internacional argumenta que, desta forma, irá «ajudar a contextualizar os desempenhos notáveis dos marchadores, tornar a marcha mais compreensível para os adeptos e incentivar a massificação da participação».

A decisão do Conselho da federação internacional vem na sequência de outras alterações adoptadas no âmbito da marcha atlética, tanto no que se refere a distâncias (com a eliminação dos históricos 50 km, a introdução dos 35 km como distância oficial e, depois, de estafetas mistas) como no domínio regulamentar (zonas de penalização).

Depois de décadas (na verdade, praticamente um século) em que a marcha se fundou na cultura das duas distâncias olímpicas de 20 e 50 quilómetros, hoje universalmente consideradas distâncias clássicas da marcha, eis que, em poucos anos, as distâncias oficiais da marcha nas grandes competições internacionais levaram uma tremenda reviravolta, que talvez poucos consigam entender. Primeiro introduziu-se os 35 km como distância de substituição dos 50 km nos mundiais de atletismo, invocando-se que essa distância estaria a meio caminho entre as duas quilometragens tradicionais. Não foi preciso esperar muito tempo para perceber o que os especialistas tinham antevisto: os 35 km não serviam como alternativa para os atletas de 50 km, mas sim como extensão para os dos 20 km.

Perante o insucesso da empreitada, decidiu-se imediatamente que o programa olímpico integraria a estafeta mista de maratona em marcha, uma invenção em que um homem e uma mulher fazem de modo alternado quatro percursos com cerca de dez quilómetros de extensão cada um. Apesar de olímpica, a prova de estafetas parece não suscitar grande entusiasmo entre os marchadores, para além daqueles que almejam uma participação internacional.

Os argumentos com que pretendeu justificar-se essas decisões eram parecidos com os de agora: dar mais expressão à marcha; torná-la mais compreensível para os espectadores; transformá-la num espectáculo pronto a consumir pelas multidões. Tudo isso se revelou infundado e inconsequente.

Agora surgem as alterações anunciadas no início desta semana e que, naturalmente, suscitam algumas perguntas. Essas alterações encaixam-se em algum plano de desenvolvimento da marcha? Obedecem a alguma estratégia claramente delineada? No processo de decisão, os interessados (atletas, treinadores, juízes, dirigentes, organizadores de provas) foram ouvidos? Houve algum debate prévio? Quem aprovou estas propostas estava esclarecido sobre o que estava em causa?

A estas perguntas sobre o passado (muito recente) pode juntar-se algumas sobre o futuro (muito ou pouco próximo). Qual vai ser a próxima mudança? E vai ser adoptada daqui a quantos meses? Como é que os digníssimos membros do Conselho da federação internacional acham que alguém pode planear a preparação de atletas a médio e longo prazos com esta instabilidade decisória?

Esta problemática tem, no entanto, um aspecto claro: torna-se cada vez mais evidente a falta de credibilidade das pretensas inovações dos dirigentes mundiais do atletismo, muito mais empenhados em fazer experiências com base em teorias não comprovadas do que em implementar medidas que possam de facto revitalizar uma modalidade (atletismo) e uma especialidade (marcha, como poderia ser outra qualquer) que já viveram tempos mais serenos e estáveis. Num mundo cada vez menos solidário e mais hedonista, o que menos se precisa é de jogadas de baixo marketing e mais se exige contributos efectivos para o progresso. Sem desrespeito pela cultura e pela memória do desporto, construídas ao longo de décadas, mesmo séculos, de associativismo e não de arrivismo.

A propósito, uma pergunta final (coisa de somenos importância para alguns, mas decisiva quando se trata de marcha atlética): as ditas novas provas de meia-maratona e maratona de marcha são para serem disputadas em linha (como sucede nas corridas) ou em circuito (como é usual na marcha)? Seria impensável os distintos membros do Conselho da federação não se terem lembrado deste detalhe.

Mas nunca se sabe...

Sul-americanos de Atletismo Sub-18 em San Luis, na Argentina (6 a 8/12)

Imagens: Comité organizador local. Montagem: O Marchador

Depois de São Paulo-2022, é a vez da cidade argentina de San Luis ser palco da 27.ª edição dos Campeonatos Sul-americanos de Atletismo Sub-18, evento a decorrer desta sexta-feira (6) e até domingo (8) na pista do Centro de Desenvolvimento Desportivo «Pedro Presti» e que contará com a participação de cerca de 500 atletas de 13 países.

As provas de marcha serão disputadas na tarde da primeira jornada (6/12), a feminina sobre 5.000 metros às 19:15 e a masculina sobre 10.000 metros às 19:50 horas (horas locais).

Os atletas inscritos, por ordem de dorsal, são os seguintes:

5.000 m femininos (9 atletas)
2: Magali Allassia, 2007 (ARG - Argentina) - PB, 25.39.02
16: Leonela Pia López, 2008 (ARG - Argentina) - PB, 25.35.40
94: Mychelle Rodrigues de Souza, 2009 (BRA - Brasil) - PB, 27.38.55
100: Vitoria Silva Araújo, 2007 (BRA - Brasil) - PB, 27.11.87
142: Antonia Molina, 2008 (CHI - Chile) - PB, 29.57.12
225: Valeria Tobon Flores, 2007 (COL – Colômbia) – PB, ---
235: Katherine Dayanna Barreto Vicuña, 2007 (ECU - Equador) - PB, 25.15.10
242: Maria Elena Potilla Chapa, 2007 (ECU - Equador) - PB, 25.10.00
295: Andia Arotaipe Rocio, 2009 (PER - Peru) - PB, 24.52.96

10.000 m masculinos (8 atletas)
59: Ricardo Damian, 2007 (ARG - Argentina) - PB, 45.26.42
104: Andre Bessa dos Santos Melo, 2009 (BRA - Brasil) - PB, 50.18.65
107: Davi Gabriel Bastos da Silva, 2008 (BRA - Brasil) - PB, 50.06.66
178: Jesus Rosales, 2007 (CHI - Chile) - PB, 51.34.40
196: Vicente Castillo, 2008 (CHI - Chile) - PB, 1.01.29.00
249: Sebastian Vinicio Barrera Quinde, 2007 (ECU - Equador) - PB, 44.45.06
326: Jhon Rodriguez Pacho, 2008 (PER - Peru) - PB, 47.26.36
358: José Duvan Ccoscco Sueldo, 2007 (PER - Peru) - PB, 45.32.26

Os campeões em título na edição dos campeonatos em 2022 são atletas colombianos, nomeadamente Dayana Segura e Julián Alfonso.

Os juízes internacionais de marcha nomeados para o evento são: Guillermo Pera Vallejos, Juiz-Chefe (Argentina), Peredo Zambrana Omar (Bolívia), Bonnie Dennise Latorre Lay (Chile), Bernardete Conte (Brasil), Liliana Beatriz Altamirano (Argentina) e Evangelina Beatriz Zamarini (Argentina).

quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Campeonatos Nacionais de Marcha em Estrada de Hong Kong (2024) - resultados

A partida dos 20 km em Hong Kong, com Suresh Kumar (1.º, M2) na frente, e outros
protagonistas, Tse Chun Hung (dorsal 2, 1.º, M1, 35 km), Tsang Chung Yin (21, 1.º, sén.,
20 km), Ng Sau Man (47, 1.ª, W1, 20 km), Liu Haiying (45, 1.ª, W2, 20 km) e Chin Man Kit
(1, 1.º, sén., 35 km), Fotos: Janet Mak/神行太保競走會. Montagem: O Marchador

Mais uns campeonatos nacionais, os de Hong Kong, uma das duas (a outra é Macau) regiões administrativas especiais da China, tiveram lugar no passado domingo (1 de dezembro), disputados num agradável ambiente e uma temperatura a rondar os 16 graus centígrados, com uma humidade relativa de 82%.

Referindo-nos às principais distâncias do programa competitivo, devemos salientar a realização (conjunta) da prova dos 20 km marcha, com o vencedor absoluto masculino, Tsang Chung Yin, a registar o tempo de 1:56:11 (recorde pessoal), o único a baixar da casa das duas horas, enquanto o veterano, Suresh Kumar (Malásia) terminaria na segunda posição da geral, o primeiro na sua categoria (MM2), com 2:03:01.

Nas senhoras, a veterana Ng Sau Man (WM1) venceria na classificação geral feminina, com a marca de 2:01:03, e Liu Haiying chegaria à meta logo a seguir com o tempo de 2:01:58, primeira na categoria WM2 de veteranas.

Referência ainda para a prova de 35 km masculinos, com a participação de 5 atletas (3 desclassificados), em que se sagrou vencedor Chin Man Kit, com 2:53:20.

Note-se que apesar dos resultados não serem de especial registo qualitativo, Hong Kong no que respeita aos juízes especialistas de marcha dispõe de dois dos seus elementos no principal painel da World Athletics, que é de 23 elementos, nomeadamente, Echo Yeung e Wang Tak Fung.

Os juízes de marcha que atuaram no evento foram os seguintes: Khoo Chong Beng, Echo Yeung, Linda Fung, Andy Lau, Rita Li e Foris Chan.

Resultados completos, aqui.

terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Mollet del Vallès foi palco de Grande Prémio de Marcha e Campeonato da Catalunha Masters (resultados)

Em Mollet, a jovem Júlia Suárez, os veteranos Franklin Eduardo (M45), Olga Cabrera (W50)
e vários outros participantes. Fotos: (arquivo) Tarragona Rádio, UGE Badalona
e Olga Cabrera Ysas. Montagem: O Marchador

Na primeira edição do Grande Prémio de Marcha «Cidade de Mollet» (30/11), evento organizado pelo Club Atlètic Mollet e celebrado na pista do Estádio Municipal «La Pedra Salvadora», Júlia Suárez Pizà, jovem internacional espanhola de 18 anos de idade, do Club Atletisme Tarragona, foi a atleta em mais evidência ao obter 22:42.00 nos 5.000 metros, marca que é recorde pessoal e que melhora em 6 segundos o seu anterior melhor registo (22:48.02) alcançado em Maribor, na Eslovénia, quando, ainda sub-18, foi segunda classificada no Festival Olímpico da Juventude Europeia-2023.

Ainda na distância dos 5.000 metros do grande prémio, mencione-se o vencedor veterano M45 Franklin Eduardo Minchala, do AC Jumilla, com 23:04.00 depois de cumprir 30 segundos na zona de penalização, e Biel Elvira Martín, de 16 anos, do FC Barcelona, com 24:04.00. Nos 3.000 metros masculinos, Nahuel Urcola Agusti, do CA Viladecans, de 14 anos, obteve 14:26.00.

Por ocasião do Grande Prémio disputou-se ainda o Campeonato da Comunidade Autónoma da Catalunha para Veteranos na distância dos 10.000 metros para masculinos e femininos.

Nos masculinos, Francesc Rodríguez Martínez, da UGE Badalona, foi o primeiro a cortar a meta em termos absolutos e bem destacado, com 46:47.00, sendo o vencedor da categoria M45. Na segunda posição entrou Fernando Flores Montes, do CA Tarragona, que triunfou nos M55, com 50:37.00, e na terceira, Aitor Santafé López, do Cornellá Atlètic, atleta M40, com 52.47.00. Participaram 20 atletas de diferentes escalões etários.

Nos femininos, superioridade evidente da atleta W50 Olga Cabrera Ysas, do LEA La Blanca, com 53:39.00, seguida da W45 María Teresa Blasco Esteves, do CE Penedés, com 1:02:09.00, e da W60 María del Carmen García Frontons, do CA Nou Barris, com 1:04:27.00.

Resultados completos disponíveis aqui.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Meeting de marcha na pista curta de Erfurt, Alemanha (resultados)

O sub-20 Nick Joel Richardt e atletas veteranos, nestes, a partida da série masculina, os
vencedores absolutos, Steffen Borch (M50) e Brit Schröter (W50), e os melhores nos
escalões mais idosos no evento, Wolf-Dieter Giese (M80) e Heidrun Neidel (W75).
Imagens: IG Nick Richardt, Blog.gehsportnetzwerk.de e Reinhard Langhammer.
Montagem: O Marchador

Um meeting de marcha, e não só, realizado no dia 16/11 no recinto coberto com o nome do campeão olímpico (Moscovo-1980) e mundial (Roma-1987) de 50 km marcha, Hartwig Gauder (já falecido), em Erfurt, a capital da região alemã da Turíngia, marcou o início das competições na agora designada «pista curta», já com interessantes registos cronométricos.

Foi o caso de Nick Joel Richardt, internacional sub-20, representante do clube SV Halle, que registou um novo recorde pessoal ao vencer a prova absoluta de 3.000 m, com 11:55.5 (antes, 12:13.36), e de Matti Schmidt, do Erfurter LAC, igualmente internacional na categoria sub-18, com 13:37,1, recorde pessoal. Ainda nos mais jovens, outros destaques são devidos atletas da casa, a sub-23 de primeiro ano, Ada Junghannß, que obteve 14:15.60, e a Felix Aßmus, de 14 anos de idade, com 14.54.6, recorde da Turíngia.

Já nas provas também sobre 3.000 metros e dedicadas a atletas veteranos de várias faixas etárias, nos masculinos, o domínio em termos absolutos pertenceu, sem surpresa, a Steffen Borch, M50 do SV Halle, com 13:57.9, seguido do neeerlandês do Polizei SV Berlin, Jacques van Bremen, M40, com 15:31.2, e de Eckart Apel, M60 do ASV 1902 Sangerhausen, com 16:16.5, numa série com 15 participantes. Nos atletas mais idosos (3), que competiram com as senhoras, Wolf-Dieter Giese, M80, do Polizei SV Berlin, completou a distância em 21:15.0.

Na série feminina (8 atletas), Brit Schröter, W50 do LG Vogtland, foi a mais rápida com 15:51.3. Os lugares imediatos foram ocupados por Sigute Brönnecke, W55 do Eintracht Hildesheim, com 16:16.7, e Ines Hammerl, W50 do TSV Leuna, com 17:41.8. A menos jovem foi a W75 Heidrun Neidel, TSG 1893 Leihgestern, com 23:27.9.

Consulte os resultados completos, aqui.

Fonte: TLV – Thüringer Leichtathletik Verband e GSN Blog.

domingo, 1 de dezembro de 2024

1/12/1974 – 1/12/2024, 50 anos de marcha atlética em Portugal

Dos anos 70 à actualidade. Imagens: arquivo «O Marchador» e José Machado Eduardo.
Montagem: Erica SL Dias

No dia em que passam 50 anos sobre o momento da reimplantação da marcha atlética em Portugal, não é apenas a efeméride que se cumpre: assinala-se meio século de um processo em que uma disciplina do atletismo recuperou dinâmica, mobilizou praticantes, afirmou a qualidade dos seus agentes, ganhou notoriedade e demonstrou que o ímpeto associativo é uma mola que oferece energia criadora com vista à concretização dos objectivos da comunidade.

Em 1 de Dezembro de 1974, com a realização da prova de marcha organizada e levada a efeito no Parque do Fontelo pela Comissão Municipal de Turismo de Viseu, a especialidade renascia em Portugal, depois um período de vitalidade de cerca de 15 anos no início do século XX (de 1906 a início da década de 1920) e de outro meio século em que praticamente não existiu, à parte um conjunto de provas realizados em 1938/1939, por iniciativa de jornais nacionais e locais. Durante o período da ditadura, o país viveu fechado sobre si próprio, com limitações impostas a contactos internacionais, sujeito a condições políticas que implicaram uma guerra em África que se prolongou por 13 anos. Os interesses dos portugueses, em especial da juventude, estavam centrados em necessidades que não favoreciam a prática do desporto, de resto pouco incentivada na escola ou noutros contextos de vivência social.

Chegada a Revolução de 25 de Abril de 1974, tudo mudou. A abertura política, social e cultural proporcionada pela acção dos militares naquela madrugada libertadora trouxe consigo a tomada de consciência da necessidade de condições para proporcionar aos jovens (e a todos os outros) a oportunidade para a prática de qualquer modalidade desportiva, quer se tratasse das mais conhecidas ou das que menos estavam presentes na informação divulgada. Foi com esta mentalidade que surgiram os três primeiros grandes pólos de prática da marcha atlética nos pós-25 de Abril: a região de Viseu (com ênfase na Casa do Pessoal das Minas da Urgeiriça), o Sport Lisboa e Benfica (em Lisboa) e o eixo Santa Iria da Azóia / Póvoa de Santa Iria (nos arredores de Lisboa).

A partir daí, cresceu a quantidade de atletas dedicados à prática da marcha e aumentou o número de núcleos de praticantes, os quais, por sua vez, também se empenhavam na organização das primeiras provas. Os homens e as mulheres da marcha faziam a sua caminhada no sentido da concretização das aspirações desportivas. Não dispondo de condições desejáveis para a sua prática, tratavam de criar essas condições, com criatividade, solidariedade e a determinação com que enfrentavam os novos desafios.

A partir do nível básico de organização dentro de clubes, a marcha passou a um nível superior de integração e de intervenção, através da admissão de dirigentes e atletas da marcha em associações regionais de atletismo e, por fim, na própria Federação Portuguesa de Atletismo. Os marchadores criaram mesmo o seu clube específico, o Clube Português de Marcha Atlética (CPMA): mais do que agregar atletas e organizar a sua actividade desportiva, o CPMA apresentava-se vocacionado sobretudo para o apoio à organização de provas de marcha e de acções de formação de diferentes tipos de agentes (treinadores, dirigentes, juízes).

Foi graças a esta energia que a marcha cresceu nos primeiros anos de reimplantação. Como resultado, ao fim de dez anos, em 1984, Portugal já apresentava marchadores nos Jogos Olímpicos, através da presença brilhante de José Pinto nos 20 km e nos 50 km marcha dos Jogos de Los Angeles. Era a confirmação da qualidade da primeira grande figura internacional da marcha portuguesa, que já em 1982 tinha participado nos Campeonatos da Europa de Atletismo (Atenas, 20 km) e em 1983 também nos primeiros mundiais de atletismo (Helsínquia, 20 e 50 km) – as primeiras grandes competições internacionais com mínimos para as quais marchadores portugueses conseguiram apurar-se. Seguiu-se um período de multiplicação de atletas olímpicos (foram três em Seul-88 e cinco em Barcelona-92). Mas também dos primeiros grandes sucessos internacionais, com a sucessão de títulos e pódios em mundiais e europeus de juniores (Susana Feitor e Sofia Avoila).

Viriam depois os sucessos colectivos em taças da Europa ou do mundo de marcha, tanto no plano masculino (terceiro lugar nos 50 km da Taça da Europa de Cheboksary-2003) como no feminino (vitória na Taça do Mundo de Chihuahua-2010, entre outros pódios) ou ainda entre os juniores femininos (vitória nos 10 km da Taça da Europa de Podebrady-2021).

A par do progresso no âmbito competitivo (que pode ser exemplificado com a existência de 20 marchadores olímpicos portugueses entre 1984 e 2024), a marcha registou progressos também na capacidade organizativa, no saber dos treinadores e na competência do ajuizamento. Os grandes prémios e os campeonatos nacionais de marcha em estrada conseguiram atrair grande quantidade de participantes, por vezes mais de duzentos no conjunto das provas, sendo frequente a presença de algumas das mais destacadas figuras mundiais da especialidade (masculinos e femininos). Por essa via, o público pôde assistir a grandes espectáculos competitivos, coroados não poucas vezes com marcas de excelência, sendo o Grande Prémio Internacional de Rio Maior em Marcha Atlética uma componente regular do calendário internacional da marcha.

Por outro lado, surgiram também trabalhos académicos centrados na marcha, desenvolvidos por treinadores em processo de formação superior, constituindo um reforço da qualidade do trabalho dos treinadores portugueses de marcha atlética.

Um dos domínios em que a marcha mais investiu e onde registou maior desenvolvimento foi o do ajuizamento. Primeiro, com a realização de acções de formação de juízes de marcha por todo o país, visando combater a incipiência da capacidade de desempenho dos que, de forma corajosa e voluntariosa, aceitavam desempenhar a função mesmo não dominando os procedimentos; depois, com a criação de quadros nacionais e regionais de juízes especialistas, habilitados a actuar de forma competente em provas de marcha de qualquer nível. Este investimento na formação de juízes traduziu-se no aumento da qualidade geral dos juízes portugueses de marcha, que de forma crescente foram sendo reconhecidos também no plano internacional, com a respectiva integração nos painéis da Associação Europeia de Atletismo e da federação internacional.

Desde 1995, os juízes portugueses de marcha e oficiais técnicos portugueses (num total de dez agentes) registaram 417 participações em competições internacionais, incluindo Jogos Olímpicos, campeonatos do mundo ou da Europa de atletismo e taças do mundo ou da Europa de marcha, além de outras competições de níveis mais baixos (ou mesmo campeonatos nacionais de outros países).

Mas nem tudo neste percurso de meio século foi simpático. Apesar do grande empenho da gente da marcha e de estruturas federativas (algumas associações regionais e a própria federação) nos anos iniciais da reimplantação da marcha em Portugal, os tempos que haveriam de correr trouxeram as já referidas fases de crescimento mas também outras de negligência a que a marcha foi votada, sobretudo na acção da FPA, tantas vezes discriminatória para com a disciplina. Por consequência, muita da dinâmica que caracterizou as primeiras épocas perdeu-se, fazendo desaparecer núcleos de praticantes e provas que davam corpo ao calendário nacional.

Em 50 anos, a marcha portuguesa ressurgiu, afirmou-se, cresceu, ganhou grande expressão nacional e internacional, foi alvo de negligência, regrediu e agora espera poder voltar a crescer. Venham mais 50 anos!