sábado, 31 de dezembro de 2011

Domínio da escola de Saransk nos mundiais de Daegu, acontecimento internacional de 2011


Vladimir Kanaykin e Valeriy Borchin, 2.º e 1.º nos 20 km masc.
em Daegu. Foto: Lusa
Muitos foram os adeptos da marcha atlética que notaram a «reedição» do domínio russo nas provas da disciplina dos Campeonatos do Mundo de Atletismo realizados na cidade sul-coreana de Daegu, no final do Verão. Mas poucos terão sido os que se aperceberam de que esse domínio foi obtido graças ao sucesso da escola de marcha de Saransk, de onde provinham todos (sublinhe-se: todos!) os representantes da Rússia nessas provas de marcha.

Para a Rússia (ou para Saransk, como se preferir) foram seis das nove medalhas em disputa nas três provas de marcha do programa, incluindo todas as três medalhas de ouro relativas aos títulos de campeão do mundo obtidos por Olga Kaniskina (20 km fem.), Valeriy Borchin (20 km masc.) e Sergey Bakulin (50 km).

Trata-se de um conjunto de atletas orientado pelo prestigiado treinador Viktor Chiogin, um antigo praticante que na primeira metade da década de 1990 começou a treinar marchadores. Lisboa assistiu a um dos primeiros grandes sucessos deste treinador, quando, em 1994, Irina Stankina se sagrou campeã do mundo de juniores, assim impedindo a realização do sonho português de ver Susana Feitor ganhar essa prova «em casa». No ano seguinte, Stankina viria a tornar-se campeã mundial absoluta durante os campeonatos realizados em Gotemburgo.

A Irina Stankina iriam seguir-se outros grandes nomes da marcha, como German Skurygin (vencedor dos mundiais de Sevila-99, posteriormente desclassificado por dopagem), Aleksey Voyevodin, Viktor Burayev, Sergey Morozov, Vladimir Kanaykin, Roman Rasskazov, Olga Kaniskina, Vera Sokolova, Anisya Kirdyapkina ou Stanislav Emelyanov, entre outros.

O sucesso deste grupo extraordinário, com o qual durante algum tempo ombreou o de Cheboksary (Elena Nikolaeva, Olimpyada Ivanova), tem andado um pouco ensombrado pelos casos de dopagem que atingiram alguns dos nomes masculinos acima referidos. Ainda assim, supondo a legalidade dos sucessos em Daegu, os resultados aí obtidos pelos marchadores russos de Saransk merecem ser considerados como acontecimento internacional de 2011, no que à marcha atlética diz respeito.

Taça da Europa de Olhão, acontecimento nacional de 2011

Partida para os 20 km femininos da Taça da Europa de Marcha,
Olhão-2011. Foto: Manuel Teijeiro
É claro, a Taça da Europa de Marcha não é um evento nacional, mas a edição realizada em Olhão em Maio deste ano não pode deixar de ser encarada pela relevância que teve no plano interno. Reconhecida por muitos agentes como um evento muito bem organizado, a IX Taça da Europa de Marcha Atlética foi uma demonstração da capacidade organizativa portuguesa, muito marcada desde logo pela já grande experiência de realização de eventos internacionais no nosso país.

Mas deve assinalar-se a grande coragem de trazer para Portugal a principal competição continental da marcha. A organização desta manifestação desportiva representou um importante investimento para diversas entidades, com especial relevo para a Câmara Municipal de Olhão. Um investimento que, para quem quiser uma análise assente na frieza dos números, terá tido pouco ou nenhum retorno contabilístico. Porventura, o principal benefício terá sido expresso na afirmação internacional da capacidade organizativa dos portugueses, em especial das gentes do Algarve e de Olhão.

A Taça da Europa de Marcha de 2011 atraiu um conjunto notável de atletas, espécie de colheita especial de entre a elite continental da modalidade, que, com poucas excepções, compareceu em peso para uma jornada de provas em Olhão. Um pelotão de marchadores com uma quantidade e uma qualidade nunca vistas em Portugal.

Já em anos não muito recuados tinha havido a intenção de apresentar uma candidatura portuguesa à organização de uma taça da Europa de marcha, mas as dificuldades acabaram por se impor e obrigar a esperar por Maio de 2011 para se acolher o evento em Portugal. Talvez em anos próximos venhamos a poder ver no nosso país uma edição da taça do mundo. Ou talvez não. Por agora, fiquemo-nos pelas razões acima expostas para justificar a escolha da Taça da Europa de Marcha Atlética como acontecimento nacional de 2011.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Elena Lashmanova, figura internacional de 2011

Elena Lashmanova, vencendo nos europeus de Tallinn.
Foto: Marko Mumm / AEA
Num ano em que os marchadores russos voltaram a dominar o palco internacional da marcha atlética, o nome da jovem Elena Lashmanova foi dos que mais se evidenciaram. Em Olhão, durante a Taça da Europa realizada em Maio, apresentou-se como a principal favorita à vitória nos 10 km juniores femininos. E logo aí fez jus às credenciais, triunfando de maneira incontestável, numa prova em que apenas a compatriota Svetlana Vasilyeva lhe fez alguma companhia, nos quilómetros iniciais.

Dois meses depois, a 21 de Julho, obteria novo grande triunfo, desta vez nos europeus de juniores de Tallinn, vencendo os 10 mil metros marcha femininos com um novo recorde mundial da categoria, 42.59,48 m, marca que era em simultâneo a primeira de sempre de uma júnior abaixo dos 43 minutos na distância.

Tal como a irlandesa Kate Veale, terceira na referida prova de Olhão, Elena Lashmanova foi integrada na lista das esperanças europeias do ano, elaborada pela Associação Europeia de Atletismo, numa demonstração das expectativas que toda a Europa deposita nesta brilhante atleta.

Integrada na escola de marcha de Saransk, onde é treinada pelo consagrado Viktor Chiogin, Elena Lashmanova já fora campeã mundial de juvenis em 2009 (Bressanone, Itália) e campeã mundial de juniores em 2010 (Moncton, Canadá). O seu desempenho no ano que agora termina faz de Lashmanova uma atleta a considerar para o futuro próximo da marcha russa. E justifica a sua escolha para figura internacional da marcha em 2011.

Inês Henriques, figura nacional de 2011

Inês Henriques abriu a temporada internacional com uma vitória
em Chihuahua. Foto: FMA
O ano de 2011 ofereceu às marchadoras portuguesas a oportunidade de lutar por três títulos nacionais: pista coberta, estrada e pista ao ar livre. Inês Henriques compareceu a esses encontros e em todos triunfou, garantindo a conquista dos três ceptros e fazendo uma tripleta num país onde a concorrência ao seu nível é muitíssimo forte.

Ainda no plano nacional há a realçar mais alguns sucessos, como as vitórias nos Campeonatos Nacionais de Clubes pelo seu Clube de Natação de Rio Maior (13.14,15 no apuramento, em Leiria; 12.56,97 na fase final da II Divisão, em Lisboa) e nos regionais de Santarém (pista coberta e ar livre).

Nas competições internacionais, o ano também começou da melhor maneira, com a vitória na prova mexicana do Challenge da AIFA, a 5 de Março, em Chihuahua, onde o pódio da prova feminina foi todo português (com Vera Santos e Susana Feitor nos lugares imediatos). Alcançaria depois o quinto lugar no Grande Prémio de Rio Maior (9 de Abril), o terceiro em Sesto San Giovanni (1 de Maio) e, a fechar a temporada, o segundo no revitalizado Grande Prémio de Naumburg (24 de Setembro).

Faltou no bolo a cereja dos desempenhos mais positivos na Taça da Europa de Olhão (13.ª) e nos mundiais de Daegu (10.ª), provas em que Inês Henriques foi a segunda e terceira portuguesa respectivamente e Susana Feitor liderou as cores nacionais.

Em todo o caso, a marchadora do Clube de Natação, com nada menos que oito provas de 20 km de Janeiro a Setembro, merece o título de figura da marcha portuguesa de 2011, terminando ainda a época no segundo lugar da lista nacional dos 20 km (1.30.29, em Sesto San Giovanni), suplantada apenas pela sportinguista Vera Santos, com a marca realizada no Grande Prémio de Rio Maior (1.29.55).

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

50 Km Marcha dos Campeonatos de Portugal vão realizar-se em Espanha

Foto: Turgalicia
A Federação Portuguesa de Atletismo divulgou recentemente os programas-horário das competições nacionais que terão lugar em 2012, sendo de destacar, relativamente aos Campeonatos de Portugal de estrada, alterações significativas.

A mais relevante de todas será o ineditismo da competição do calendário federativo da especialidade disputar-se fora de portas, no caso em concreto, a emblemática prova de 50 km marcha, que terá por palco Pontevedra, na Galiza, a 4 de março, num circuito de 2 km, em conjugação com os Campeonatos de Espanha.

Obviamente há vantagens. Por um lado, a antecipação da data da sua realização, inicialmente agendada para 18 de março, na Quarteira, Algarve, data à qual nos referimos, na peça de 13 de outubro, como imprópria atendendo ao facto de passarem a restar menos de dois meses para a disputa dos 50 km da Taça do Mundo de Marcha, competição em que o nosso país tem obtido interessantes resultados.

Por outro lado, no plano competitivo, pode vir a revelar-se útil para os atletas portugueses que tomarão parte na competição, vantagem, aliás, comum aos concorrentes do país vizinho.

No entanto, é lamentável que a decisão não tenha sido tomada ou, pelo menos, anunciada com uma maior antecedência pois, naturalmente, os treinadores terão, agora, que readaptar o planeamento do treino à nova realidade temporal. De notar ainda, ser expetável supor que as organizações quando se candidatam a levar a cabo campeonatos, sejam eles quais forem, já devam conhecer eventuais alterações ao programa competitivo.

Recorde-se que os campeonatos integram os 50 km desde a primeira edição, realizada em Lisboa, em 1985, com o triunfo de José Pinto, e que, na última edição, ocorrida na Batalha, em 2011, o algarvio Jorge Costa sagrou-se campeão nacional pela segunda vez.

Finalmente, há a referir a alteração da distância na prova de juniores masculinos. Disputada desde 1985 sob 20 km, em 2012 será de 10 km. 


Mais informação da FPA disponível aqui.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Os melhores de todos os tempos dos 50 km Marcha

António Pereira nos 50 km dos Jogos
Olímpicos de Pequim em 2008.
Foto: Lusa.
Uma auspiciosa estreia de António Pereira em Jogos Olímpicos, nos de Pequim em 2008, conferiu-lhe a obtenção do 11.º lugar e ainda da melhor marca de sempre, a ultrapassar a barreira das 3 horas e 50 minutos (3.48.12).

Nos três anos seguintes, apenas uma marca, 3.55.41 em Dudince (2010) foi conseguida pelo atleta nas 7 provas em que participou.

Em 2011, dos escassos 7 registos de apenas 6 atletas, um único figura nos 20 melhores de sempre: 4.10.45 na 11.ª posição, protagonizado por Pedro Isidro no campeonato nacional da Batalha.

10 anos é o tempo médio de duração das marcas na lista estabelecida. A mais recente marca é deste ano, como referido no parágrafo anterior, e a mais antiga data de há 24 anos (20.ª posição, Carlos Albano, 4.30.50 em 1987 – Nova Iorque).

A média de idades dos atletas aquando da obtenção das marcas é de 32 anos. A idade do mais jovem é de 22 anos (18.ª posição, Jorge Esteves, 4.25.38 em 1989 – Viseu) e a do menos jovem é de 43 anos (significativa 6.ª posição, Jorge Costa, 3.55.31 em 2004 – Naumburg, Alemanha).

Uma última nota para referir o “desaparecimento” das listas federativas da marca colocada na 19.ª posição, 4.28.20, de Pedro Marcelo Santos feita no nacional de estrada de Olhão em 2010.

Segue a lista:

3.48.12 - ANTÓNIO PEREIRA, 33 anos (JOMA), Beijing, China (2008)
3.52.00 - João Vieira, 28 anos (CNRM), Beja (2004)
3.52.43 - José Pinto, 32 anos (CFB), Viseu (1989)
3.55.14 - Augusto Cardoso, 36 anos (FCP), Leamington, Grã-Bretanha (2007)
3.55.29 - Pedro Martins, 36 anos (CAS), Naumburg, Alemanha (2004)
3.55.31 - Jorge Costa, 43 anos (CTT Correios), Naumburg, Alemanha (2004)
3.57.29,5 - José Urbano, 27 anos (SLB), Fana - Bergen, Noruega (1993)
3.57.30 - José Magalhães, 42 anos (ACA), Podebrady, República Checa (1997)
3.59.28 - Dionísio Ventura, 26 anos (CIAIA), La Coruña, Espanha (2006)
4.01.27 - Virgílio Soares, 40 anos (SNAC), Eisenhuttenstadt, Alemanha (2000)
(10)
4.10.45 - Pedro Isidro, 25 anos (SLB), Batalha (2011)
4.11.09 - Luís Gil, 28 anos (ACA), Beja (2004)
4.12.32 - Luís Ribeiro, 38 anos (SCP), Mézidon, França (1999)
4.17.22 - Mário Contreiras, 35 anos (SCB), S. João Madeira (2003)
4.18.22 - Gonçalo Fonseca, 23 anos (BA), Turim, Itália (2002)
4.22.20 - Carlos Graça, 32 anos (ACA), Rio Maior (1992)
4.24.55 - Luís Silva, 35 anos (CFB), Leamington, Grã-Bretanha (2006)
4.25.38 - Jorge Esteves, 22 anos (CFB), Viseu (1989)
4.28.20 - Pedro Marcelo Santos, 23 anos (CIAIA), Olhão (2010)
4.30.50 - Carlos Albano, 41 anos (CPMU), Nova Iorque, E.U.América (1987)
(20)

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

As melhores de todos os tempos dos 20 km Marcha

Ana Cabecinha nos Jogos Olímpicos de 2008.
Foto: Jeff Salvage.
Ana Cabecinha ao alcançar um lugar de finalista, o 8.º posto, nos seus primeiros Jogos Olímpicos, os de Pequim em 2008, protagonizou o que nenhuma outra marchadora portuguesa alguma vez havia conseguido, juntando na mesma ocasião a melhor marca todos os tempos, com 1.27.46.

No intervalo para os Jogos Olímpicos de Londres 2012, onde ambicionará uma nova participação, a atleta do Clube Oriental do Pechão obteve como melhor, 1.33.05 em 2009, 1.31.14 em 2010 e 1.31.08 em 2011, marcas que, curiosamente, se quedaram pela 4.ª posição nas listas desses anos.

Em 2011, a única marca, das pouquíssimas que existiram, com direito a entrar nas 20 melhores da lista de sempre, 1.45.02, foi obtida em Rio Maior pela jovem (1.º ano de sub23) Daniela Cardoso e figura no 12.º lugar.

As marcas constantes da lista das 20 melhores duram, em média, há 6 anos, facto que se justifica pela mais ou menos recente introdução da distância em Portugal, ou seja, em 1998, portanto há 13 anos, e por ocasião dos nacionais de marcha disputados em Cacia. Duas marcas desse ano perduram ainda como as mais antigas (14.ª posição, Cristina Almeida, 1.46.52 em Naumburg, Alemanha e 18.ª posição, Lígia Gonçalves, 1.49.28 em Cacia).

A idade média das atletas, no ano da obtenção das marcas, é de 26 anos. A idade da mais jovem é de 19 anos (a já referenciada 12.ª marca de autoria de Daniela Cardoso e ainda a 19.ª posição, Márcia Silva, 1.49.49 em 2007 – Ferreira do Alentejo) e a menos jovem é de 48 anos (20.ª posição, Maria Alice Fernandes, 1.50.06 em 2000 – Porto).

Se é significativo existirem 4 marcas de nível mundial melhores que 1 hora 30 minutos e pertencentes a atletas ainda em actividade, ainda mais o é a marca que ocupa o 2.º lugar de sempre, 1.27.55 de Susana Feitor, estabelecida há 10 anos atrás.

Uma última nota para o facto de, sem razão aparente, não constar da estatística da FPA a marca que ocupa o 13.º lugar, 1.45.31, estabelecida por Ana Cláudia Conceição na Corunha, Espanha, em 2009.

A lista:

1.27.46 - ANA CABECINHA, 24 anos (COP), Beijing, China (2008)
1.27.55 - Susana Feitor, 26 anos (CNRM), Rio Maior (2001)
1.28.14 - Vera Santos, 26 anos (JOMA), Beijing, China (2008)
1.29.36 - Inês Henriques, 30 anos (CNRM), La Coruña, Espanha (2010)
1.31.19,2 - Maribel Gonçalves, 26 anos (CSM), Lisboa (2004)
1.33.58,1 - Sofia Avoila, 24 anos (CDM), Lisboa (2001)
1.35.06 - Isilda Gonçalves, 31 anos (MCM), Setúbal (2001)
1.41.12 - Sandra Vieira Leitão, 28 anos (FCP), Beja (2004)
1.41.41 - Carla Monteiro, 20 anos (BFC), Grândola (2003)
1.41.48,2 - Teresa Costa, 20 anos (SCB), Guarda (2003)
(10)
1.42.07 - Fátima Rodrigues, 21 anos (GS-RC), La Coruña, Espanha (2007)
1.45.02 - Daniela Cardoso, 19 anos (ACV), Rio Maior (2011)
1.45.31 - Ana Cláudia Conceição, 20 anos (SCB), La Coruña, Espanha (2009)
1.46.52 - Cristina Almeida, 22 anos (BFC), Naumburg, Alemanha (1998)
1.48.02 - Sandra Silva, 32 anos (GRECAS), Mealhada (2008)
1.48.22 - Marisa Soares Pereira, 27 anos (FCP), Mealhada (2008)
1.49.10 - Andreia Freitas, 21 anos (CAM), Baixa Banheira (2005)
1.49.28 - Lígia Gonçalves, 28 anos (MCM), Cacia (1998)
1.49.49 - Márcia Silva, 19 anos (BFC), Ferreira do Alentejo (2007)
1.50.06 - M.ª Alice Fernandes, 48 anos (GDL), Porto (2000)
(20)

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Os melhores de todos os tempos dos 20 km Marcha

João Vieira no Europeu de Gotemburgo, em 2006.
O brilhante desempenho de João Vieira nos Campeonatos da Europa de Gotemburgo, em 2006 valeu-lhe a conquista da medalha de bronze e a marca de 1.20.09, a melhor até hoje realizada por um português na distância.

De então para cá, o atleta, que agora representa o Sporting Clube de Portugal, obteve como melhores registos anuais, 1.20.42 (2007), 1.21.13 (2008), 1.21.43 (2009), 1.20.49 (2010) e 1.22.44 (2011), liderando sempre as respectivas listas.

Em 2011 não foi produzida qualquer marca que tenha superado as já existentes para os mesmos atletas.

As marcas constantes da lista dos 20 melhores duram, em média, há 13 anos, sendo que a mais recente data de há 2 anos (9.ª posição, António Pereira, 1.25.34 em 2009 - Rio Maior) e a mais antiga de há 26 anos (18.ª posição, Francisco Reis, 1.28.49 em 1985 – Madrid).

A idade média dos atletas, no ano da obtenção das marcas, é de 28 anos. A idade do mais jovem é de 20 anos (19.ª posição, Pedro Pinto, 1.29.15 em 1992 – Grândola) e a do menos jovem é de 40 anos (10.ª posição, Jorge Costa, 1.26.09 em 2001 – Lisboa).

Significativo o facto de Sérgio Vieira, há 14 anos (1997), então com 21 anos, ter realizado a que hoje é a 2.ª marca de sempre, 1.20.58. Até hoje, a que mais se aproximou distou 27 segundos (1.21.25) quando, em 2008, obteve os mínimos de participação para os Jogos Olímpicos de Pequim.

De seguida, a lista de sempre:

1.20.09 - JOÃO VIEIRA, 30 anos (CNRM), Gotemburgo, Suécia (2006)
1.20.58 - Sérgio Vieira, 21 anos (CNRM), Podebrady, República Checa (1997)
1.21.41 - José Urbano, 26 anos (SLB), Montijo (1992)
1.22.40 - Augusto Cardoso, 28 anos (FCP), Catânia, Itália (1999)
1.24.05 - José Pinto, 32 anos (CFB), Montijo (1989)
1.24.45 - Diogo Miguel Martins, 22 anos (SCP), Leamington, Grã-Bretanha (2007)
1.25.18 - Hélder Oliveira, 27 anos (SCP), Moratalaz, Espanha (1988)
1.25.22 - Pedro Isidro, 22 anos (SLB), Cheboksary, Rússia (2008)
1.25.34 - António Pereira, 33 anos (JOMA), Rio Maior (2009)
1.26.09,4 - Jorge Costa, 40 anos (CTT Correios), Lisboa (2001)
(10)
1.26.18,9 - Virgílio Soares, 38 anos (SNAC), Maia (1998)
1.26.31 - Mário Contreiras, 24 anos (SCP), Reboleira (1992)
1.26.31 - Pedro Martins, 29 anos (CDCP), Setúbal (1997)
1.26.54 - José Magalhães, 39 anos (ACA), Rio Maior (1994)
1.27.38 - Dionísio Ventura, 27 anos (CIAIA), Leamington, Grã-Bretanha (2007)
1.27.50 - Jorge Esteves, 23 anos (CFB), Moratalaz, Espanha (1990)
1.28.25 - Bruno Reis, 21 anos (CAOV), Naumburg, Alemanha (2004)
1.28.49 - Francisco Reis, 24 anos (CFSI), Madrid, Espanha (1985)
1.29.15 - Pedro Pinto, 20 anos (AAC), Grândola (1992)
1.29.29,0 - Rui Correia, 24 anos (COP), Beja (2006)
(20)

domingo, 25 de dezembro de 2011

Boas Festas


São os votos da equipa do blogue “O Marchador”,
Carlos Gomes, José Dias e Luís Dias.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Sebei e Trabelsi (Tunísia) triunfaram nos Jogos Pan-Arábicos

A cerimónia de abertura dos jogos.
Foto: Comité organizador.
Os tunisinos Hassanine Sebei, 1.28.20, nos 20 km masculinos, e Chaima Trabelsi, 48.17,91, nos 10 km femininos, dominaram as provas de marcha dos XII Jogos Pan-Arábicos, que ontem terminaram em Doha, capital do Catar.

Os melhores atletas tunisinos têm tido, nos últimos anos, resultados relevantes nas grandes competições internacionais. Sebei sagrou-se campeão africano em Nairobi, em 2010, com a marca de 1.20.36 e foi 10.º classificado na Taça do Mundo de Chihuahua. Tem como recorde pessoal 1.20.19, marca obtida em Lugano, em Março deste ano. Por sua vez, Trabels apresenta como cartão de visita, nos 20 km, a marca de 1.35,33, conseguida nos mesmos Campeonatos de África, e que lhe valeram a medalha de prata.

Os Jogos Pan-Arábicos, que decorreram de 9 a 23 de Dezembro, congregaram 28 modalidades desportivas que foram abertas à participação dos 21 países do mundo árabe. Organizados pela União dos Comités Olímpicos Nacionais Árabes, tiveram o seu início em 1953, em Alexandria, no Egipto, mas só em 1985, nos Jogos de Rabat, em Marrocos, foi autorizada, pela primeira vez, a participação de mulheres.

Doha, que protagonizou uma exuberante cerimónia de abertura, tem apostado fortemente na realização de grandes eventos desportivos, procurando convencer o Comité Olímpico Internacional que tem capacidade para organizar uns Jogos Olímpicos.

A próxima edição, em 2015, está prevista para Amã, na Jordânia.

Resultados

20 km marcha masculinos
1.º, Hassanine Sebei (Tunísia), 1.28.20
2.º, Mabrook Saleh Mohamed (Catar), 1.31.02
3.º, Ali Daghiri (Marrocos), 1.34.59
4.º, Mohammed Khairi Hussein (Catar), 1.44.36
5.º, Hedi Teraqui (Tunísia), 1.45.54
Desistente: Ameer Abed (Iraque)
Desclassificado: Hichem Medjeber (Argélia) - art. 230.6 a

10 km marcha femininos
1.ª, Chaima Trabelsi (Tunísia), 48.17,91
2.º, Olfa La Fi (Tunísia), 50.07,49
3.º, Nazha Ezzhani (Marrocos), 54.08,32
Desclassificada: Meshref Gehad (Egipto) - art. 230.6 a

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Jorge Esteves: «... não treinaria 3 vezes por dia como júnior!»

Jorge Esteves na Taça do Mundo de Marcha
em Nova Iorque (1987) e na actualidade.
Fotos: arquivo O Marchador e J.Esteves
Radicado na Inglaterra desde 1999, Jorge Esteves, marchador nas décadas de 80 e 90 e também treinador, exerce a sua actividade profissional como osteopata, docente universitário e investigador. Fruto de um processo em tudo semelhante a uma prova de endurance, o seu desenvolvimento académico ficou recentemente marcado pela obtenção de um doutoramento na área das neurociências. Para além deste sucesso, outros recentes momentos de grande realização pessoal incluem o nascimento do seu primeiro neto e a participação do seu filho, Nuno Esteves, nos Campeonatos da Europa de Esgrima no escalão de cadetes (juvenis) em representação de Portugal. Jorge continua ligado ao desporto de competição como atleta, dirigente, árbitro, clínico, e pai de um atleta na fase inicial do seu percurso como futuro atleta de alta competição. Como atleta, Jorge compete regularmente em provas do Circuito Britânico de sabre.


Qual foi o momento mais marcante, pela positiva, da tua carreira como marchador?
Foram vários os momentos que marcaram a minha carreira, incluindo a obtenção de vários recordes nacionais, títulos nacionais e internacionalizações. Além disso, os recordes nacionais e internacionalizações alcançadas como treinador de alguns atletas bastante promissores, e as vitórias políticas alcançadas como atleta e dirigente marcaram-me profundamente como homem. No entanto, considero a minha participação nos Campeonatos da Europa de Juniores em 1985, como o momento mais marcante da minha carreira como atleta.

Algum momento menos bom que te tenha marcado?
Vários! Dois momentos, em particular, marcaram-me profundamente. O da minha desistência por lesão aos 40 km na Taça do Mundo em Nova Iorque em 1987 deixou-me com danos físicos e psicológicos que levaram algum tempo a ‘cicatrizar’. Outro momento negativo, que de certa forma precipitou o meu abandono da disciplina como atleta no ano seguinte, foi a minha desclassificação em Hericourt, Franca em 1992 numa prova de 50 km em pista onde eu tentei a obtenção dos mínimos para os Jogos Olímpicos de Barcelona. A sensação de estar fisicamente e psicologicamente em grande forma, e com os mínimos ‘nas pernas’, mas com algumas falhas do ponto de vista técnico, levou-me a reflectir profundamente no meu futuro como atleta de alta competição.  

Como vês hoje a marcha em Portugal?
Como alguma apreensão. Não existe, na minha opinião, profundidade em termos de qualidade e quantidade de participantes, que nos permita dar continuidade aos óptimos resultados alcançados por alguns dos nossos marchadores de alto nível. Alguns destes atletas estão em final de carreira e, sinceramente, não vejo muitos sucessores com o potencial necessário para competir ao mais alto nível.

E internacionalmente?
De uma forma geral, os resultados são excelentes. Penso que os avançados feitos ao nível da ciência do treino, tecnologia, nutrição e psicologia permitem hoje em dia que os atletas treinem de uma forma mais eficaz e com uma técnica mais apurada. Muito diferente dos anos 80!
No entanto, a marcha ainda não é um desporto global. O desporto não atrai mais gente porque as regras são complexas, a subjectividade em termos de ajuizamento enorme, e a duração das competições muito longa. As novas propostas para o ajuizamento são interessantes e positivas. A marcha tem que olhar para outras modalidades que vivem ou viveram momentos de incerteza muito semelhantes. Por exemplo, na minha actual modalidade, esgrima (sabre) a federação internacional introduziu alterações aos regulamentos e arbitragem que permitiram um aumento da espectacularidade do desporto, com resultados positivos em termos de marketing e manutenção do sabre e esgrima como modalidade olímpica. Na marcha, provas mais curtas com um ajuizamento rigoroso e compreensível, permitiriam a integração “completa” da marcha no calendário do atletismo em Campeonatos do Mundo e Jogos Olímpicos e não a possível alienação da marcha através da realização das provas em circuitos longe do estádio, e consequentemente da maioria dos espectadores. 

Se estivesses a iniciar na marcha atlética, hoje, farias algo de diferente?
Treinaria de uma forma mais eficaz tendo em conta os processos e etapas no desenvolvimento físico e psicológico do atleta jovem, com uma ênfase na obtenção de resultados a longo prazo… não treinaria 3 vezes por dia como júnior!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Dominic King domina em Redbridge, Inglaterra

Dominic King nos 50 km de Dudince, prova que lhe
valeu a selecção para a Taça da Europa de Marcha.
Foto: Darius Skarnulis.

O internacional inglês Dominic King venceu, no sábado, a tradicional competição da quadra natalícia sobre 5 milhas (8,045 metros) em marcha atlética, disputada sob frio intenso, num circuito instalado na pista de ciclismo de Redbridge.

Dominic, que logo na fase inicial da prova impôs um andamento rápido, apenas foi seguido pelo português Francisco Reis e nas primeiras duas voltas e meia de um total de 7 a percorrer. Triunfou folgadamente com a marca de 36.18 minutos.

Reis viria, no final, a ocupar a 2.ª posição (40.17) com confortável margem para o 3.º classificado e colega de equipa, Steve Uttley (43.23).

A vencedora feminina (8.ª na geral) foi Cath Duhig (Ryston Runners, 49.38).

Os cinco primeiros classificados:

7 milhas
1.º, Dominic King, Colchester Harriers 36.18
2.º, Francisco Reis, Ilford AC 40.17
3.º, Steve Uttley, Ilford AC 43.23
4.º, Alan Ellam, Enfield & Haringey AC 47.19
5.º, Steve Allen, Ilford AC 47.34
17 participantes

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Matej Toth prepara-se para os 50 km dos Jogos de Londres

Toth em Dudince e «Atleta do Ano».
Fotos: Rastislav Hrbácek e federação da Eslováquia.
O vencedor surpresa da última Taça do Mundo de Marcha, realizada no ano passado em Chihuahua, México, planeia disputar apenas os 50 km dos Jogos Olímpicos de Londres.

Para Toth a tentativa de fazer duas provas (20 e 50 km) em grandes eventos internacionais não tem dado os resultados que pretendia. Em Daegu, nos 20 km, classificou-se em 14.º lugar mas não conseguiu terminar os 50 km, prova em que muitos vaticinavam um resultado a valer-lhe um lugar entre os primeiros classificados.

Recorde-se que em Março deste ano, no meeting de Dudince, que venceu, Toth realizou o fantástico tempo de 3.39.46 horas, recorde nacional da Eslováquia e uma das melhores marcas do ano nos 50 km. Em 2012, no mesmo certame, tenciona optar pela distância de 20 km.

Em Maio já o eslovaco, de 29 anos, estivera muito bem nos 20 km da Taça da Europa de Marcha que se disputou em Olhão, ao chegar à meta na segunda posição tendo antes, no Grande Prémio Internacional de Rio Maior, revelado encontrar-se num dos melhores momentos da sua carreira desportiva ao estabelecer a sua melhor marca pessoal, no tempo de 1.20.16 h.

Depois de umas repousantes férias com a família na Turquia e de um estágio de preparação no corrente mês em Tenerife, Toth, que já garantiu passaporte para os Jogos Olímpicos, mostra-se confiante na obtenção de um bom resultado, e vaticina marca de qualidade próxima do seu melhor.

Ontem, numa cerimónia realizada em Lucenec/Bratislava, Matej Toth recebeu da Federação Eslovaca de Atletismo o prémio de «O atleta do Ano».

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Corunha e Sesto San Giovanni com novas datas para o Challenge 2012

A Associação Internacional de Federações de Atletismo (AIFA) divulgou alterações das datas de competições para o Challenge 2012 de Marcha Atlética, nomeadamente, relativamente à Corunha, Espanha (antes a 26 de Maio, agora a 9 de Junho) e a Sesto San Giovanni, Itália (antes a 2 de Junho, agora a 17 do mesmo mês).

Com as modificações produzidas e mais alguns ajustamentos, teremos:

3 de Março – Chihuahua, México
30 de Março – Taicang, China
14 de Abril – Rio Maior, Portugal
12 e 13 de Maio – Taça do Mundo de Marcha, Saransk, Rússia
9 de Junho
– Corunha, Espanha
17
de Junho – Sesto San Giovanni, Itália
3-12 de Agosto – Jogos Olímpicos, Londres, Grã-Bretanha
14
de Setembro – Final do Challenge, Erdos, China

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Ana Cabecinha faz melhor marca do ano em pista


Fotos: Centro Desportivo de Quarteira
47 atletas, representando 6 clubes algarvios, tomaram parte no “Criterium de Marcha do Algarve” que decorreu na Pista de Atletismo da Quarteira, este sábado. E o clube da “casa”, o Centro Desportivo de Quarteira, apresentou-se com 22 atletas!

O destaque maior para o meritório desempenho de Ana Cabecinha na primeira competição que faz na época, os 10.000 metros marcha, ao realizar o expressivo tempo de 44.33,18 minutos, com passagem aos 5.000 m em 22.21,39 minutos. E ainda teve força nas pernas para, horas depois, participar e vencer (!) a São Silvestre da Vila de Santa Luzia, corrida em 4,9 quilómetros.

Nas vésperas de mudanças de escalão para alguns dos jovens que actuaram na Quarteira, há a salientar, também, a obtenção de recordes pessoais dos juvenis Filipa Ferreira (CO Pechão, 52.57,60), retirando nada menos que 2 minutos e 53 segundos ao anterior registo, e Grigore Navin (NDE Tomás Cabreira, 49.31,7), pela primeira vez abaixo dos 50 minutos, subtraindo 1 minuto e 43 segundos ao anterior máximo.

No escalão de iniciados, Edna Barros (CO Pechão) conseguiu outro dos grandes feitos da jornada matinal triunfando nos 3.000 metros em 15.35,78, e melhorando o seu tempo em 1 minuto e 44 segundos. O lugar seguinte do pódio foi ocupado pela que era considerada, à partida, a grande favorita, Catarina Marques (CD Quarteira) que, ainda assim, bateu o seu recorde pessoal por 9 segundos.

Outros novos máximos pessoais se registaram, nomeadamente, para os vencedores dos escalões de infantis, Rita Geirinhas (NDE Tomás Cabreira, 10.47,46) e Rodrigo Marques (CD Quarteira, 10.31,11).

Uma jornada, pois, amplamente proveitosa, só sendo pena que a organização tenha disputado as provas em condições “mistas”.

Principais resultados

10.000 m absolutos femininos
1.ª, Ana Cabecinha, sén, COP, 44.33,18 (5 km: 22.21,39)
2.ª, Filipa Ferreira, juv, COP, 52.57,60 (26.32,11)
3.ª, Andreia Francisco, s23, CBF, 1.04.48,40 (32.03,83)
4.ª, Bianca Sousa, jun, NDETC, 1.05.52,92 (32.01,32)
5.ª, Natacha Domingos, jun, CDQ, 1.09.54,58 (33.38,69)

10.000 m absolutos masculinos
1.º, Grigore Navin, juv, NDETC, 49.31,71 (24.18,70)
2.º, Paulo Revez, vet, NSF, 53.56,61 (27.00,97)
3.º, Ricardo Castro, s23, CDQ, 1.08.17,38 (33.42,21)

5.000 m  absolutos femininos
1.ª, Anabela Moreira, vet, CDQ, 28.10,07

5.000 m absolutos masculinos
1.º, Gerçon Taveira, s23, CDQ, 36.08,37

1.000 m benjamins femininos
1.ª, Daniela Chagas, COP, 5.36,98
2.ª, Ana Mestre, COP, 5.42,10
3.ª, Cristiana Vieira, CDQ, 5.46,25
11 participantes

1.000 m benjamins masculinos
1.º, Gonçalo Sousa, NDETC, 6.14,54
2.º, Xavier Bolotinha, CDQ, 6.38,18
3.º, Rafael Gomes, CDQ, 7.26,26
5 participantes

2.000 m infantis femininos
1.ª, Rita Geirinhas, NDETC, 10.47,46
2.ª, Inês Estrela, COP, 10.59,40
3.ª, Bruna Colónia, COP, 12.01,46
8 participantes

2.000 m infantis masculinos
1.º, Rodrigo Marques, CDQ, 10.31,11
2.º, Nuno Barros, CDQ, 10.49,73
3.º, Iuri Revês, NDETC, 13.27,81
3 participantes

3.000 m iniciados femininos
1.ª, Edna Barros, COP, 15.35,78
2.ª, Catarina Marques, CDQ, 15.42,24
3.ª, Laura Leal, COP, 17.05,84
8 participantes

3.000 m iniciados masculinos
1.º, Artur Domingos, CDQ, 16.29,24
1 participante